Inovação, o desafio da indústria

Publicado em 17 de novembro de 2017

inovacao5O termo foi utilizado, inicialmente, na Alemanha, em 2010. Hoje, o conceito de Indústria 4.0 permeia o desenvolvimento da chamada quarta revolução industrial. Trata-se de uma série de tecnologias que, em conjunto, vão transformar a manufatura e os modelos de negócios, não somente da indústria, mas também do setor de serviços. “O que há de novo é a convergência de diversas tecnologias, que habilitam várias mudanças”, afirma Ana Cristina Costa, chefe do departamento de bens de capital, mobilidade e defesa do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Como resultado, chega-se a um cenário de transformação estrutural do chão de fábrica, com consequências na economia, no emprego e, principalmente, na relação entre fabricantes e clientes. “Estados Unidos, Japão, Alemanha, China e Coreia do Sul são os líderes desse processo. O traço comum entre eles é que essa agenda não está subordinada à agenda macroeconômica”, afirma Rafael Lucchesi, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A Indústria 4.0 faz parte de uma política nacional abrangente de fomento à atividade manufatureira. E é assim que os países desenvolvidos estão enfrentando esse momento de rupturas.

No Brasil, a discussão, infelizmente, ainda está nos estágios iniciais. “O país tem um duplo desafio”, diz Paulo Mól, superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), entidade de fomento à inovação ligada à Confederação Nacional da Indústria (CNI). “Não resolvemos, ainda, a agenda do século 20 e já estamos diante da agenda do século 21”. A carência de competitividade é latente na indústria brasileira. Falta um plano que abranja vários atores trabalhando em conjunto, incluindo governo, iniciativa privada, sociedade e terceiro setor.

Porém, ainda que o cenário seja temerário, dá tempo de correr atrás e alcançar o pelotão de frente nessa maratona em direção ao futuro. “A base de tudo está na educação. Temos de olhar para o ensino fundamental e preparar os brasileiros para essa nova realidade”, diz Constantino Seixas Filho, managing director e líder da prática Indústria X.0 da Accenture para América Latina.
Essas foram as principais conclusões do debate Inovação, o desafio da indústria, realizado na última terça-feira (7), pela revista DINHEIRO, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. O encontro foi transmitido ao vivo pela internet, a partir da página da DINHEIRO no Facebook.

Os especialistas argumentaram em favor da criação de uma política nacional de desenvolvimento industrial que seja capaz de criar as condições para que o País acompanhe o dinamismo da indústria global. “Inovação é a capacidade de transformar conhecimento em negócios”, afirma Fernando Gomes de Oliveira, conselheiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), entidade que busca aumentar a competitividade brasileira por meio do desenvolvimento tecnológico. “E a forma correta de se fazer isso é, antes de tudo, detectar as necessidades e os problemas industriais a serem resolvidos.”

A compreensão do que significa inovação é o ponto de partida dessa discussão. “Inovar significa ganhar dinheiro com conhecimento”, afirma Luchesi, do SENAI. “É o principal fator de competitividade.” Ele ressalta, no entanto, que o Brasil vem ficando para trás, em comparação a países desenvolvidos. “Nosso melhor desempenho aconteceu entre os anos 1930 e 1980. Tivemos índices de industrialização melhores do que os do Japão, isso graças a uma política bem definida”, afirma Lucchesi. “Nas últimas décadas, capotamos.”

O resultado dessa derrocada é que o país acabou perdendo o passo em outras corridas desenvolvimentistas, como a da indústria eletrônica, nos anos 1970 e 1980, e a do software, nos anos 1990 e 2000. No momento em que o mundo se encontra em mais um ponto de inflexão, no qual os líderes da quarta revolução devem ficar com a maior parte dos ganhos provenientes da mudança, é preciso tomar a decisão de investir. “Nenhum país consegue liderar na indústria sem uma estrutura e uma estratégia para isso”, afirma Paulo Mól, do Instituto Euvaldo Lodi. “É uma escolha da sociedade.”

Para ler o conteúdo na íntegra acesse http://bit.ly/2hxMW4h

Agência CNI – Brasília

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