Inspirado em Bernardinho, Jemerson coleciona títulos no início de carreira

Publicado em 12 de outubro de 2015

“Superação é ter a humildade de aprender com o passado, ser inconformado com o presente e desafiar o futuro”. A frase pertence ao livro “Transformando suor em ouro”, de Bernardinho, treinador da seleção brasileira masculina de vôlei. Jemerson, zagueiro do Atlético-MG, confessa que não tem o hábito de ler, mas garante que esse livro ele leu do início ao fim.
<i>- </i>Eu tento criar esse hábito. Li o do Bernardinho, foi um dos únicos que eu li todo. Eu comprei outro depois, mas não li ainda. Comprei ano passado, comecei, mas depois parei. Tem uns que são meio chatos. Já li “O monge e o executivo” também. Era pequeno, por isso que eu comprei. Aprendi muito com o livro do Bernardinho, principalmente sobre disciplina e trabalho em equipe. Não foi o único que eu li, mas me identifiquei muito, até por ser sobre esporte e passar esse tipo de lição. Ele é um cara que admiro muito, um treinador consagrado no mundo inteiro, que já conquistou muitas coisas.
Se o jovem zagueiro não passa muito tempo com livros nas mãos, passa muitas horas com a bola nos pés. Além dos treinos diários na Cidade do Galo, Jemerson, ao lado de Rafael Carioca e Lucas Pratto, é o jogador de linha que mais atuou com a camisa atleticana neste Campeonato Brasileiro, ficando fora apenas de duas partidas da competição. No ano inteiro, Jemerson ficou fora de apenas três partidas do Galo (América-MG, no Campeonato Mineiro, Palmeiras e Vasco, no Brasileiro), em duas delas, poupado por Levir Culpi. Lesões não atrapalharam o jovem zagueiro este ano, e cartões amarelos só o tiraram de combate uma vez.
– Esse é meu jeito de jogar, meu estilo. Não sou muito de fazer falta, marco firme, mas tento não fazer falta no adversário. Meu preparo físico também ajuda, não machuco muito e tento sempre fazer um reforço na academia, antes e depois dos treinos, para manter o equilíbrio muscular e evitar lesões.
Titular absoluto desde o ano passado, e pouco atrapalhado por suspensões e lesões, Jemerson fará, contra o Internacional, na próxima quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), no Independência, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, o seu centésimo jogo com a camisa do Galo. O zagueiro valoriza o número alcançado e projeta multiplicá-lo. Quando questionado sobre seleção brasileira e Europa, ele mantém o seu estilo e demonstra muita tranquilidade.

Início brilhante de Jemerson
Apenas no terceiro ano como profissional do Atlético-MG, o zagueiro já conquistou cinco títulos: Taça Libertadores (2013), Copa do Brasil (2014), Recopa (2014) e Campeonato Mineiro (2013 e 2015).
– Eu nem imaginava fazer 100 jogos, mas agora que está prestes a chegar (a marca), é uma honra para mim. Espero continuar jogando bem e fazer mais 100, 200, 300 jogos pelo Galo. Meu foco agora é aqui no Atlético-MG. Penso em jogar aqui mais alguns anos e, depois, chegar a um time grande da Europa. Quanto à Seleção, é o sonho de qualquer jogador, mas eu acho que tudo tem seu tempo, não fico pensando muito nisso agora.

Jemerson ou Joclécio?
O nome do zagueiro do Galo não é daqueles comuns, que se encontra em qualquer esquina. Foi uma escolha da mãe Maria Rita, mas não era a primeira opção. O jogador, no entanto, brinca com a outra opção de nome que tinha, e se diverte com o fato de estar entre os primeiros resultados nos sites de busca quando o seu nome é procurado.
– Ela (mãe de Jemerson) falou que meu nome ia ser outro, mas uma amiga dela colocou antes, aí ela trocou por Jemerson. Ainda bem, porque o outro era Joclécio, muito feio (risos). A amiga dela teve o filho primeiro e colocou esse nome. Conheço ele, gente boa, mas Joclécio não dá (risos). Ainda bem que foi Jemerson, nome bonito, mas tem muito Jemerson por aí. Quando eu procurava no Google, tinha um Doutor Jemerson, achei que só tinha eu, mas tem um monte. Agora no Google, quando eu procuro meu nome, quem aparece (nos primeiros resultados da busca) sou eu.
Seria Joclécio, veio Jemerson e virou “Blacknbauer” e “Pelé da Zaga”, alguns dos apelidos inventados pela torcida do Galo. Ele comenta com bom humor a situação.
– Torcedor exagera um pouco, né?! Isso é o fanatismo, é assim mesmo. Mas é muito bom ver o carinho da torcida, importante, fico muito feliz.
Aos 23 anos, Jemerson, profissional há apenas três, já tem cinco títulos no currículo (Campeonato Mineiro de 2013 e 2015, Taça Libertadores de 2013, Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil de 2014). Bernardinho, treinador multicampeão, tem mais de 20, incluindo os maiores que um treinador de vôlei pode conquistar, o Mundial e o Ouro Olímpico. Com muitos anos de carreira pela frente e com a qualidade que vem demonstrando, Jemerson, baiano de Jeremoabo, pode se tornar tão vitorioso quanto o autor do livro preferido.
– Sou um cara de sorte. Saí já um pouco velho de uma cidade que não tem nem escolinha de futebol, consegui chegar ao Atlético e ser campeão. Tento trabalhar bem no dia a dia, viver o presente. O futuro a Deus pertence.
Globoesporte

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