Investigação mostra que ex-bombeiro Suel, preso novamente, participou do planejamento do assassinato de Marielle

Publicado em 24 de julho de 2023

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam nesta segunda-feira (24) o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, na Operação Élpis.
Esta é a primeira operação desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Suel foi condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações, mas cumpria a pena em regime aberto. O ex-bombeiro tinha sido preso em junho de 2020 durante a Operação Submersos II, e já é réu neste por processo receptação, porque recebeu o carro usado no crime segundo o MP e a PF.
De acordo com o MPRJ, Maxwell era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa, acusado de ser um dos autores do assassinato e amigo de Suel. O ex-bombeiro também teria ajudado a jogar o armamento no mar.
Suel foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, e foi levado para a sede da PF, na Zona Portuária. Ele foi preso na mesma casa onde foi detido anteriormente. Um carro do ex-bombeiro foi apreendido.
O ex-bombeiro acompanhou a revista no imóvel feita por equipes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRJ. O coordenador do grupo especializado, Fábio Corrêa, acompanhou a ação.
Foram cumpridos ainda sete mandados de busca e apreensão no Grande Rio.
O g1 e a TV Globo apuraram que um dos alvos é Denis Lessa, irmão de Ronnie Lessa, que será ouvido na sede da PF. Um outro homem foi conduzido ao local.
Ao g1, Fabíola Garcia, que faz a defesa de Suel, informou que não teve acesso ao inquérito e que foi pega de surpresa com a prisão de seu cliente. Ele destacou que não teve acesso à investigação.
“Eu não sei o que está acontecendo. Não tive acesso ao inquérito e não tive acesso ao Suel. Precisamos entender o que está acontecendo e o motivo dessa prisão”, disse Garcia.
Élpis é a deusa grega da esperança.

Os alvos da operação:
1. Maxwell Simões Côrrea, conhecido como Suel ou Swel;
2. Denis Lessa, irmão de Ronnie Lessa;
3. Edilson Barbosa dos santos, conhecido como Orelha;
4. João Paulo Vianna dos Santos Soares, conhecido como Gato do Mato;
5. Alessandra da Silva Farizote;
6. Maurício da Conceição dos Santos Júnior, o Mauricinho;
7. Jomar Duarte Bittencourt Junior, o Jomarzinho.

5 anos sem respostas
Em 2023, o atentado completou 5 anos. Desde fevereiro, o caso é investigado pela PF. Até hoje, ninguém tinha esclarecido quem mandou matar Marielle e qual a motivação da execução.
Apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e o MP: a que prendeu e levou ao banco de réus o policial militar reformado Ronnie Lessa — acusado de ter feito os disparos — e o ex-PM Élcio de Queiroz — que estaria dirigindo o Cobalt prata que perseguiu as vítimas. Ambos negam participação no crime.
Os dois estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima e serão julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não tem data marcada.
Lessa já foi condenado por outros crimes: comércio e tráfico internacional de armas, obstrução das investigações e destruição de provas.

Foto: Reprodução/TV Globo
G1

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