Irmã de Moa do Katendê passa mal e morre em ônibus a caminho de missa de 1 ano do assassinato dele na BA

Publicado em 8 de outubro de 2019

Uma das irmãs do mestre Moa do Katendê, assassinado em 2018 após discussão por motivos políticos, morreu na segunda-feira (7), em Salvador, após passar mal dentro de um ônibus, a caminho da missa de um ano da morte do capoeirista.
Segundo familiares, Veraldina Vanderlei da Costa tinha 70 anos e sofreu um infarto dentro de um ônibus, na Avenida Paralela. Ela estava sozinha no momento em que teve o mal-estar e chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ainda no interior do coletivo, mas não resistiu.
De acordo com uma sobrinha de Veraldina, Renilda Costa, a idosa morava no bairro de Arenoso e iria encontrar a família na cerimônia, que foi realizada no bairro do Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. A família só soube da morte de Veraldina após o final da missa.
“A gente só ficou sabendo quando estava retornando para casa. Ela iria encontra a filha no local, mas estava emocionada com o ocorrido e infartou”.
Ainda conforme Renilda, a família está abalada.
“A gente está destruído, arrasado, acabado. Ontem e hoje estão sendo dias difíceis na vida de toda a família”, disse.
O corpo de Veraldina será enterrada na manhã desta terça-feira, no Cemitério Ordem 3ª de São Francisco, na Baixa de Quintas, em Salvador.

Mestre Moa
Mestre Moa do Katendê foi morto na madrugada de 8 de outubro do ano passado, horas após a votação do primeiro turno das eleições. Ele tinha 63 anos e foi atacado a facadas, junto com um primo, identificado como Germino do Amor Divino Pereira, de 51 anos, após uma briga por divergências políticas com o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, que confessou o crime.
Todos estavam em um bar, no Engenho Velho de Brotas, na capital baiana. Segundo a polícia, o capoeirista teria criticado o então candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), gerando o desentendimento com o suspeito. Os dois discutiram em voz alta e “agrediram-se mutuamente de forma verbal”, conforme o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Em seguida, ainda segundo o órgão, Paulo Sérgio saiu do estabelecimento em direção à casa dele, onde pegou a faca e retornou ao bar para agredir Moa do Katendê. A vítima foi atingida por 13 facadas. Conforme o MP, a maior parte dos ferimentos foi no pescoço e no tórax do capoeirista.
Em depoimento, no entanto, Paulo Sérgio negou que o crime tenha sido motivado por política. A versão, contudo, é contestada pela polícia, que diz que testemunhas confirmam que a divergência política deu origem à discussão.
Paulo Sérgio está preso desde o dia do crime. Ele foi autuado em flagrante, mas, no dia 9 de outubro, passou por audiência de custódia e teve prisão preventiva decretada pela Justiça. O suspeito está Complexo Penitenciário da Mata Escura, na capital baiana, enquanto aguarda julgamento. Paulo passaria por júri popular em 11 de setembro deste ano, mas a audiência foi adiada para 21 de novembro.
Pela morte de Moa, Paulo Sérgio Ferreira de Santana é acusado de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Já por ferir o primo da vítima o barbeiro responde por tentativa de homicídio duplamente qualificado.
G1

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