Israel ataca hospital de Khan Younis, onde estavam mais de dois mil refugiados palestinos

Publicado em 15 de fevereiro de 2024

Um ataque do Exército de Israel ao hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, deixou uma pessoa morta e muitas outras feridas. Os israelenses afirmaram que o local era usado como base militar do grupo terrorista Hamas.
Os militares disseram ter “informações confiáveis” de que o Hamas manteve reféns no hospital e que há restos mortais de outros reféns também podem estar no local.
Uma refém libertada disse à Associated Press no mês passado que ela e mais 24 prisioneiros foram mantidos no Hospital Nasser. O direito internacional proíbe atacar instalações médicas, mas estas podem perder essas proteções se forem utilizadas para fins militares.
O local, segundo os palestinos, porém, era usado como refúgio. De acordo com a agência de Notícias Reuters, mais de 2 mil pessoas estavam abrigadas no hospital. Além disso, um porta-voz do grupo terrorista chamou de “mentiras” todas as alegações dos israelenses.
Imagens feitas pelo palestino Mohammed Harara mostram o momento que o ataque israelense começou. A incursão aconteceu na ala de ortopedia do hospital.
Há cerca de 25 dias, o Exército de Israel está aos arredores do hospital. Tanto que, na terça-feira (13), o Exército israelense enviou um drone com uma mensagem solicitando que os palestinos deixassem o local.
Os palestinos disseram à agência de notícias Anadolu que foram obrigados a buscar outro abrigo em meio a tiroteios. Tanto que, ontem, o Ministério da Saúde de Gaza disse que várias pessoas foram mortas enquanto tentavam sair do Nasser.
No domingo, o chefe da Organização Mundial da Saúde afirmou estar profundamente preocupado com a situação dentro e ao redor do hospital.
“Estamos profundamente preocupados com a segurança dos pacientes e do pessoal de saúde devido à intensificação das hostilidades nas proximidades do hospital. Repetimos: a saúde deve ser protegida em todos os momentos”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus no X, reiterando seu apelo por uma cessar-fogo.
Desde 22 de janeiro, Khan Younis testemunhou uma invasão terrestre massiva de Israel, forçando dezenas de milhares de residentes da cidade a fugir sob o pesado bombardeio israelense.
Israel é acusado de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça, que, numa decisão provisória de Janeiro, ordenou que Tel Aviv cessasse os actos genocidas e tomasse medidas para garantir que a assistência humanitária fosse prestada aos civis em Gaza.

Foto: Mohammed Dahman/AP
G1

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