Mário Sérgio Carraro destaca a importância das reformas para o crescimento econômico do Brasil, durante abertura da Semana da Indústria

Publicado em 19 de maio de 2021

Nesta terça-feira, 18/05, foi aberta a programação da Semana da Indústria, edição Online, com uma palestra do economista e gerente de política econômica da CNI, Mário Sérgio Carraro, que abordou sobre o tema “A importância das reformas em meio à pandemia”.

Durante o evento que é transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da FIEP, o economista explicou porque as reformas são fundamentais para o Brasil.

“As reformas na economia brasileira têm um objetivo claro que é acelerar o crescimento econômico. E muitas vezes a gente ouve falar sobre a importância do crescimento econômico. E muita gente pode pensar que o objetivo final desse crescimento, é beneficiar os empresários e as empresas. Mas não é isso. O mundo inteiro busca o crescimento econômico. Todos os países buscam crescer mais, porque crescimento econômico traz qualidade de vida para a população, por isso o objetivo de todos os países do mundo é acelerar o ritmo de crescimento para que sua população tenha uma melhor qualidade de vida”, ressaltou.

De acordo com Carraro, nos últimos anos, principalmente depois de 2010, o ritmo de crescimento da economia brasileira tem sido pífio, muito baixo. Entre 2010 e 2020, o crescimento do PIB em média, a cada ano de 0,3% apenas, praticamente não houve crescimento.

“Diante desse quadro, precisamos modernizar, tornar a economia brasileira mais competitiva, para que o crescimento econômico volte, porque com isso vamos melhorar a qualidade de vida da população brasileira”, enfatizou.

O palestrante destacou a importância das reformas para o país, e citou a criação do Teto para o Crescimento dos Gastos Federais como uma medida que teve um impacto econômico positivo.

“Em 2016, no governo Temer foi criado o Teto para o Crescimento dos Gastos Federais, que estabeleceu um limite para o crescimento dos gastos do Governo, e depois dessa reforma que pode parecer para a população em geral, e até mesmo para os empresários, como algo indiferente, teve reflexos positivos, a taxa de juros, chamada SELIC, que é determinada pelo Banco Central, que é uma taxa que o Governo Federal basicamente toma emprestado do público, para financiar seu déficit, caiu em dezembro de 2016, a taxa de juros era de 13,75% ao ano, e foi caindo, e chegou a 4,25% em fevereiro de 2020, e o começo de 2020, antes da pandemia começar a afetar a economia brasileira, tínhamos uma queda significativa.

Ele citou ainda a reforma trabalhista de 2017, que criou entre várias mudanças duas novas formas de contratação, a contratação tempo parcial, que permitiu a contratação com uma jornada menor que oito horas. E depois o Trabalho Intermitente, onde o trabalhador só presta serviço ou exerce alguma atividade quando há necessidade na empresa.

“Depois da reforma trabalhista, as novas modalidades que foram criadas de contratação, geraram empregos, ou seja, em 2018 foram 21 mil novos empregos em tempo parcial e cerca de 19 mil em 2019, e em 2020 por conta da pandemia houve uma queda. E no caso do Trabalho Intermitente, os resultados são ainda melhores, houve crescimento de 47 mil empregos em 2018, e em 2019 foram mais de 80 mil empregos, e em 2020, em meio a pandemia houve crescimento de 74 mil novos empregos nessa modalidade, de um total de 142 mil gerados em todo o Brasil, então um trabalho flexível, onde a empresa chama quando precisa é muito importante, sobretudo num momento de dificuldades econômicas”, afirmou.

O economista lembrou dos resultados positivos gerados pelas reformas da previdência e também da Reforma Tributária que ainda não foi aprovada.

“Se não tivéssemos feito a reforma da Previdência, as despesas com a previdência, iriam continuar crescendo até 2029, chegando a mais de 11% do PIB, mas com a reforma, as despesas vão cair em relação ao PIB, e daqui há 10 anos, nós estaremos basicamente no mesmo patamar de 2019, em torno de 10% do PIB”.

Durante a palestra ele falou sobre a reforma tributária, e disse que ela precisa ir além, e não focar apenas nos tributos federais.

“Precisamos de uma reforma tributária ampla, não podemos fazer uma reforma apenas dos tributos federais, porque o problema vai além dos impostos federais. A CNI defende a criação de um IVA Nacional, como 160 países do mundo têm, substituindo o ICMS, PIS Cofins, IPI, ISS e o IOF. Um IVA como o mundo inteiro faz, com crédito amplo, ou seja, tudo que meu fornecedor pagou me dá direito a crédito, sem gerar resíduo tributário, com isso faço a completa desoneração das exportações, eu não onero os investimentos, eu tenho uma incidência ampla tanto sobre bens como serviços”, explicou Carraro.

Por fim, ele defendeu a aprovação da reforma administrativa, que considera essencial para a melhoria da qualidade dos serviços públicos. “ Com a reforma administrativa teremos uma melhora na eficiência da qualidade dos serviços públicos prestados, porque hoje há muitas regalias, para quem está preocupado em oferecer um atendimento de qualidade ou não, no serviço público, e isso interfere na eficiência, ou nos resultados apresentados”, finalizou.

Para acompanhar a palestra de Mário Sérgio Carraro, na íntegra, CLIC AQUI

Nesta quarta-feira, 19, dentro da programação da Semana da Indústria, o psicólogo e escritor Rossandro Klinjey vai discutir sobre “Inteligência emocional em tempos de pandemia”, e na quinta-feira, 20 encerrando o evento, o filósofo e educador, Mario Sérgio Cortella vai proferir palestra sobre “Inovação e criatividade produtiva”.

 

Todas as palestras do evento serão transmitidas ao vivo, a partir das 19h30, pelo canal da FIEP, no YouTube (youtube.com/fiepb). Se inscreva no canal e participe!⠀

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