Miliciano que morreu trocando tiros com a polícia no Rio de Janeiro usava arma de sargento da PM durante o confronto

Publicado em 25 de outubro de 2023

A Polícia Militar prendeu, administrativamente, o sargento Bruno Bento do Nascimento, lotado no Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ele é o dono da arma que estava com o miliciano Matheus da Silva Rezende, o Faustão, na segunda-feira (23).
Horas depois da morte de Faustão, em uma operação da Polícia Civil, o policial militar foi até a delegacia de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, registrar o desaparecimento da sua pistola Glock.
A polícia descobriu que a arma estava com Matheus no momento em que ele entrou em confronto com a Polícia Civil.
Policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) fizeram buscas nesta manhã de terça-feira (24) na casa do PM.
Bruno do Nascimento está de licença há 30 dias.
Em depoimento na delegacia, o sargento Bruno Bento do Nascimento disse que perdeu a arma que estava com o milicano Faustão, mas não soube dizer quando.
Em retaliação à morte de Faustão, ao menos 35 ônibus e 1 trem foram queimados na Zona Oeste nesta segunda. Foi o dia com mais coletivos incendiados na história da cidade, segundo o Rio Ônibus.

Contato da milícia com o tráfico
Morto pela Polícia Civil nesta segunda-feira (23), Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, conhecido como Faustão, era muito mais do que o sobrinho de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, na estrutura da maior milícia do Rio de Janeiro.
De acordo com investigações da Polícia Civil, ele vinha, há pelo menos três meses, estreitando os contatos entre a milícia e a maior facção de traficantes do estado, o Comando Vermelho (CV).
Seu contato era Philip Motta Pereira, o Lesk, assassinado pela facção ao participar da morte de quatro médicos na orla da Barra da Tijuca, no início de outubro.
Faustão era homem de confiança da milícia desde que Wellington da Silva Braga, o Ecko, irmão de Zinho, mandava na organização. Faustão gostava de andar com um fuzil AK-47, como o tio.
O g1 apurou que a confiança da família em Faustão era tanta que ele teve a missão de levar o tio, Ecko, para o local onde ele deveria ficar escondido da polícia. Ecko acabou descoberto e morto.
Com Zinho assumindo o controle da milícia, Faustão passou a ser um dos principais integrantes do grupo estando envolvido na maioria dos confrontos com outros milicianos em disputas por territórios.
Faustão é investigado por cerca de 20 mortes desses criminosos. Ele ainda foi denunciado por planejar a morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

Sucessor
Após a morte de Matheus da Silva Rezende, de 25 anos, o Faustão, apontado como sucessor de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, quem deve ocupar o segundo principal posto na maior milícia do Rio é Rui Paulo Gonçalves Estevão, o Pipito.
De acordo com o setor de Inteligência das polícias do Rio, o grupo já está se organizando para colocar o criminoso no comando.
Foto: Reprodução
G1

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