Ministro da Saúde diz que uso de máscara tem que ser um ato de conscientização, mas não obrigatório
Publicado em 19 de agosto de 2021O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, provocou incredulidade entre médicos e cientistas nesta quarta-feira (18) ao desprezar um consenso planetário das autoridades de saúde sobre a prevenção da Covid.
Ao conceder entrevista a um site bolsonarista, investigado por divulgar “fake news”, Queiroga disse que é contrário à obrigatoriedade do uso de máscaras.
“Somos contra essa questão de obrigatoriedade. O Brasil é um país que tem muitas leis, e as pessoas infelizmente não as observam. O uso da máscara tem que ser um ato de conscientização. O benefício é de todos, o compromisso é de cada um. Então, não tem sentido essas multas. Não se pode criar uma indústria de multas.”
O infectologista Luís Fernando Aranha Camargo ressaltou que esse tipo de declaração atrapalha o controle da pandemia.
“O poder público tem que ter consciência de que essas atitudes levam a ações na frente, na ponta, pela população, de não utilização de máscara. Com a situação da variante delta circulando no Brasil e a notícia de escape vacinal, nós dependeremos fortemente de máscara e de evitar aglomeração nos próximos dias. Portanto, esse tipo de apologia é um desserviço para o controle da pandemia no dia de hoje”, afirmou.
A TV Globo procurou o ministro Queiroga para que ele se manifestasse a respeito das críticas. Ele respondeu repetindo o que disse ao site: que o Brasil tem muitas leis, que as pessoas infelizmente não as observam, que o uso da máscara tem de ser um ato de conscientização em benefício de todos e que o compromisso é de cada um.
Foto: Adriano Machado/Reuters
G1