Minneapolis reabre via em torno do local onde George Floyd foi morto

Publicado em 4 de junho de 2021

A cidade de Minneapolis, no meio-oeste dos Estados Unidos, iniciou a reabertura da interseção onde George Floyd foi morto, e que se tornou um espaço memorial a ele, cujo homicídio por um policial branco motivou uma série de protestos raciais, também marcados pela violência.
Funcionários municipais chegaram antes do nascer do sol para remover as barreiras de concreto que bloqueavam o local, onde Floyd, de 46 anos foi asfixiado por um policial branco em maio do ano passado.
Eles instalaram placas para criar uma rotatória ao redor de um monumento de um punho gigante, erguido no centro desta que foi renomeada de “Praça George Floyd”.
Por mais de um ano, ativistas em defesa da igualdade dos direitos ocuparam a praça, vinculando sua reabertura à adoção de reformas na polícia. Uma associação de moradores estava disponível no local para desarmar tensões quando os trabalhadores municipais chegaram.
O prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse que a reabertura completa levará alguns dias.
“Temos muita confiança na reconstrução e pretendemos fazê-lo”, declarou em coletiva de imprensa.
O local se tornou um símbolo das fissuras provocadas pelo racismo e pela opressão das pessoas negras em todos os Estados Unidos, ilustrada em vários murais, um jardim comunitário e outras instalações.
Mas também se tornou um local de violência, onde a polícia não é bem-vinda.
Disparos são frequentes, especialmente à noite, e resultaram em uma dúzia de mortes ou ferimentos no local em um ano, segundo as forças da lei.
A polícia não se envolveu na operação de reabertura da interseção, disse um porta-voz.
E a administração da cidade está “tomando muito cuidado para preservar os trabalhos artísticos e artefatos” no local, acrescentou uma representante do conselho municipal, Sarah McKenzie.
As autoridades aguardavam há muito tempo para reabrir a interseção, mas esperavam a conclusão do julgamento de Derek Chauvin, condenado em abril pelo homicídio de Floyd.
Para ajudar a comunidade a se restabelecer, a família Floyd planeja investir na economia e em grupos culturais locais US$ 500 mil dos US$ 27 milhões obtidos em um acordo contra a cidade pela morte de George Floyd.

Morte de George Floyd
George Floyd morreu em 25 de maio de 2020 após ter o pescoço pressionado pelo joelho do policial Derek Chauvin, em Mineápolis, por 9 minutos e 29 segundos.
A polícia estava no local porque o ex-segurança negro, com 46 anos, teria tentado pagar uma conta em uma mercearia com uma nota falsa de US$ 20. Imagens mostradas mostraram que Floyd não ofereceu resistência à abordagem dos agentes.
A violência policial contra um homem negro e pobre — mais um caso entre tantos — gerou uma série de protestos em Mineápolis que logo se espalharam para diversas partes dos Estados Unidos.
Durante semanas, ruas das maiores cidades americanas ficaram lotadas de manifestantes que protestavam contra o racismo, em uma mobilização que atravessou fronteiras e chegou a outros países.
O tema entrou na pauta das eleições presidenciais de 2020. O então candidato do Partido Democrata, Joe Biden, escolheu a senadora Kamala Harris, uma mulher negra e ex-procuradora, como candidata a vice-presidente. A chapa venceu o então presidente Donald Trump e se elegeu para o mandato que começou em janeiro.
Quatro policiais que participaram da ação que terminou em morte foram presos, mas a expectativa era maior justamente do julgamento de Chauvin, que era o homem flagrado com o joelho sobre o pescoço de Floyd. Demitido da corporação no ano passado, o assassino foi condenado em abril e agora aguarda a pena. Os demais devem comparecer ao tribunal em agosto.
A defesa de Chauvin tentou argumentar, ao longo do processo, que Floyd morreu em decorrência do uso de drogas e que a manobra aplicada estava dentro dos padrões da polícia de Mineápolis. Entretanto, a versão foi rechaçada tanto por exames médicos quanto por depoimentos de chefes policiais e médicos legistas.

Foto: Christian Monterrosa/AP Photo
G1

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