Morte de presidente do Irã em acidente de helicóptero: funeral começa nesta terça e enterro será na quinta

Publicado em 21 de maio de 2024

O funeral do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, começa nesta terça (21) e seu corpo será velado durante três dias nas cidades de Tabriz, Qom, a capital Teerã e Birjand, segundo a mídia local. Ele será enterrado no Santuário do Imam Reza na cidade de Mashed na quinta-feira (23).
Raisi morreu após o helicóptero que ele estava cair perto da fronteira com o Azerbaijão no domingo (19). A imprensa estatal atribuiu a queda às más condições climáticas do local e a uma “falha técnica”. Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre a morte do presidente iraniano.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta segunda cinco dias de luto pela morte de Raisi. O presidente era um ultraconservador que estava no poder há três anos e era considerado um dos favoritos para suceder Khamenei.
A morte de Raisi, que foi eleito em 2021 e tinha mandato até 2025 e era a segunda pessoa mais importante do Irã, abre um período de incerteza política no Irã, no momento em que a guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, um aliado de Teerã, sacode a região. Segundo a colunista Sandra Cohen, a morte do presidente desencadeará uma briga em torno de quem será o sucessor de Khamenei.
O primeiro-vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, assumiu a presidência de forma interina nesta segunda (20). Um concelho composto por Mokhber, o presidente do Parlamento e o chefe do Judiciário estabeleceu já na segunda que as eleições presidenciais vão ocorrer dia 28 de junho.
A morte de Ebrahim Raisi repercutiu pelo mundo e autoridades de diversos países ofereceram condolências, como Vladimir Putin, Xi Jinping, Kim Jong Un e o governo dos Estados Unidos.

Quem era Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi foi eleito em 1º turno em 2021 para um mandato de quatro anos, numa eleição com abstenção recorde e da qual vários adversários foram impedidos de participar pelo Conselho de Guardiães da Constituição.
Entre os que haviam sido impedidos de participar da corrida eleitoral estavam o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh.
Na década de 1980, Raisi participou das chamadas comissões da morte, que levaram à execução de cerca de 5 mil militantes opositores que se voltaram contra o regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi por conta da participação dele nas mortes.
Em 2022, já sob Raisi, o governo iraniano reagiu com violência à onda de protestos que pediam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por não usar adequadamente o véu em local público (veja no vídeo abaixo). Mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos, segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana).
Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria “lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e à tranquilidade do país”.
No plano internacional, o Irã viveu uma escalada de tensão com Israel. Em 1º de abril, sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos num ataque à embaixada do Irã na Síria. Em resposta, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que retaliou em 18 de abril.

G1

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