Museu Nacional sofria com falta de reforma e orçamento reduzido, e chegou a anunciar ‘vaquinha virtual’ para arrecadar dinheiro

Publicado em 3 de setembro de 2018

O Museu Nacional, que foi atingido por um incêndio de grandes proporções na noite deste domingo (2), está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido, segundo mostrou uma reportagem de maio do Bom Dia Brasil de maio deste ano sobre as condições do Museu, pouco antes da comemoração de seu bicentenário, que ocorreu em 6 de junho.
A situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma “vaquinha virtual” para arrecadar recursos junto ao público.para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil reais.
À TV Globo, Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, afirmou que a ciência vive um momento muito delicado. “Por outro lado, o que nós estamos tentando fazer através dessa campanha é mostrar às pessoas que elas podem contribuir, sobretudo ao Museu Nacional, que está completando 200 anos em 6 de junho.”
Em junho, o museu completou 200 anos, mas já era visível a necessidade de obras urgentes. A instituição, porém, não tinha recursos para realizar a restauração, uma situação que começou há vários anos.
A instituição deveria receber um repasse anual de R$ 550 mil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que passa por uma crise financeira. Há três anos, o museu só tem recebido 60% deste valor, e não tinha recurso para pesquisa e manutenção as áreas de exposição foram reduzidas.
A falta de recursos afetou inclusive o funcionamento do museu. Há mais de 15 anos os visitantes não podem ver o esqueleto gigante de uma baleia Jubarte, por exemplo.
Além disso, uma infestação de cupins destruiu a base onde estava instalada a reconstrução do fóssil de um dinossauro de 13 metros que foi descoberto em Minas Gerais, e viveu há 80 milhões de anos.
Em 2015, o Museu Nacional chegou a fechar as portas por causa do atraso dos repasses do governo federal, os serviços foram interrompidos por falta de pagamento a funcionários.
A UFRJ afirmou, em maio, à reportagem da TV Globo, que tem feito todos os esforços para garantir o funcionamento pleno do Museu Nacional, apesar dos cortes no orçamento. A universidade garantiu ainda que tem buscado fontes suplementares de recursos, como o financiamento de R$ 20 milhões do BNDES.
Também em maio, o Ministério da Educação informou que, neste ano, os repasses à UFRJ serão maiores do que o ano passado, de R$ 3 bilhões. O valor inclui todas as despesas, inclusive as que são obrigatórias, como o pagamento de funcionários – despesas com reforma de edifícios, por exemplo, são discricionárias, e podem ser afetadas por cortes orçamentários.
G1

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