Na dúvida, chame um profissional

Numa cidade de porte médio havia uma fábrica onde os mais de 50 funcionários usavam uma mesma máquina para manter a produção diária para abastecer o comércio de muitos fornecedores na região. Um dia a máquina parou de funcionar e tudo ao seu redor também. Era preciso chamar alguém para resolver o problema. Dois técnicos foram chamados.
O primeiro, bem conhecido na cidade e com fama de saber das coisas, olhou e mexeu na máquina durante horas, não conseguiu achar o defeito, disse que não tinha mais jeito, recebeu R$ 400 por seu tempo de trabalho e foi embora. O segundo técnico chegou, também olhou e entendeu como a máquina funcionava, com tantas correias dentadas, dezenas de parafusos, esteiras, hélices e outras coisas.
Essa observação durou cerca de uma hora. Depois, com um aspecto de segurança de quem sabe o que faz, pediu uma chave específica ao seu ajudante, regulou uma correia dentada e em seguida apertou um grande parafuso que estava se soltando. Pediu para ligarem a máquina e ela funcionou normalmente. O gerente satisfeito agradeceu e com base no valor pago ao primeiro técnico, perguntou quanto era o serviço. R$ 800, respondeu.
O gerente questionou por que o dobro do valor do primeiro técnico e como era tão caro apenas para apertar um parafuso. O técnico calmamente explicou: para apertar o parafuso é só R$ 100. Os R$ 700 foi pelo tempo gasto para observar a máquina, entender como funciona e SABER qual parafuso apertar.
Esse ´apertador de parafuso´ é o profissional. É a pessoa que sabe, que tem experiência, que entende e que faz a coisa bem feita e, portanto, que merece e deve receber um valor justo por seu trabalho. Assim como nessa fábrica, casos semelhantes acontecem no dia a dia e podem impactar qualquer evento, como o Maior São João do Mundo, por exemplo.
Claro que nos festejos juninos de Campina Grande não se tratava apenas de apertar um parafuso para se chegar a uma edição comemorativa de 40 anos tida como a melhor e mais organizada de todas. Foi preciso muito mais tempo para observar a ´máquina´ e entender seu funcionamento. Se antes apenas uma pessoa era responsável por pensar, organizar, vender e divulgar o evento, esse ano foi diferente. Uma empresa profissional e experiente foi contratada, ela delegou tarefas, botou uma pessoa certa em cada setor necessário, dividiu o todo em partes e cuidou dos detalhes e o resultado não podia ter sido outro: uma verdadeira ´arte´ na ´produção´.
Ao fim de 32 dias de festa a repercussão foi a melhor possível. Campinenses, turistas, imprensa e todos ligados de alguma forma ao evento elogiaram o modo profissional como o São João foi tratado, e desde já o citam como exemplo de bom resultado quando o profissionalismo e a experiência são contratados e trabalham juntos. Mesmo que o valor a ser pago seja maior que o custo de apertar um parafuso.
Esse exemplo de contratar um profissional serve também para outros setores, tais como a publicidade e o jornalismo. Muitas vezes um comercial ou documentário faz uma empresa, órgão ou autoridade cair na boca do povo, mas de forma negativa. E tudo pelo simples fato de não procurar um profissional da área para cuidar da imagem, ou para divulgar alguma informação. Hoje a internet é um mar de blogs, rádios web e pessoas que buscam influenciar a vida dos outros, na maioria das vezes sem a menor ética ou responsabilidade.
Com isso, muitas vezes os verdadeiros profissionais são prejudicados ou vistos como vilões, querendo ganhar mais que o fulano que cobra metade do preço pelo mesmo serviço. Mesmo sem ter condição ou experiência profissional existem muitos aventureiros que invadem e dominam o espaço de quem sabe trabalhar, fazendo com que muitas vezes o barato saia caro para quem contrata achando que todos são iguais.
E justamente por achar que todos são iguais é que o resultado muitas vezes é diferente do que se esperava. Nem sempre a informação é passada corretamente, o texto pode ter consequências negativas além do ponto final ou a publicidade pode não passar a mensagem desejada para alcançar seu objetivo. Tudo depende de chamar, ou não, um profissional para o serviço. A escolha certa ou errada faz toda a diferença.

Apolinário Pimentel
Jornalista

OBS: Sugestão de pauta do publicitário Tadeu Pereira (JTP)