‘NÃO É A DROGA, SOU EU’. Ex-diretor da UNE lança em Campina Grande 2ª tiragem de livro de crônicas

Publicado em 20 de maio de 2023

Presidente do DCE da UFPB e diretor da UNE (União Nacional dos Estudantes), na década de 1990, Eziel Inocêncio vai lançar em Campina Grande a 2ª tiragem de ‘Não é a droga, sou eu’, livro de crônicas autobiográficas sobre a experiência de uma década lutando contra o vício. Lançamento da obra do agora bancário e escritor será no próximo dia 23, a partir das 19h, no Museu dos Três Pandeiros (MAPP/UEPB, no Açude Velho).
Noite de autógrafos em Campina Grande contará com uma apresentação a respeito do livro pelo seu próprio autor. A mesa será composta ainda pelo professor Rangel Júnior (psicólogo e ex-reitor da UEPB) e pela assistente social e vereadora de Campina Grande, Jô Oliveira. Eziel abordará o processo de construção da obra, destacando o trágico uso de drogas lícitas (álcool) e ilícitas (cocaína) e o aprisionamento a um vício que quase destruiria a sua vida. No livro, ele destaca ainda momentos importantes de sua infância e adolescência (que moldaram percepções de vida e fragilidades emocionais).
“A expectativa com relação ao lançamento do livro em Campina Grande é das melhores. O evento está sendo organizado por uma equipe fabulosa. Uma equipe que tem, por exemplo, o professor Rangel Júnior. Também a vereadora Jô Oliveira, que está dando um grande apoio. Esse lançamento em Campina Grande será um sucesso como foi no Casarão 34, em João Pessoa”, disse Eziel.
Em torno do lançamento em João Pessoa, o deputado estadual Luciano Cartaxo apresentou Voto de Aplauso na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), devido à relevância social da obra. Na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador Marcos Henriques também apresentou Voto de Aplauso ao livro de Eziel.
“O livro tem cumprido um papel que era exatamente o que eu queria: fazer as pessoas refletirem sobre suas próprias vidas. Muita gente que leu enviou mensagem para mim falando sobre a reavaliação de seus rumos. No livro eu falo mais sobre sentimentos. Sentimentos que todo mundo tem. Só muda a intensidade e o que cada um faz com ele”, comentou o autor.


Aos 49 anos de idade (nascido no Rio de Janeiro, mas residindo em João Pessoa desde 1979), Eziel perdeu as contas das vezes que foi internado no Instituto Recife de Atenção Integral às Dependências (RAID), em Pernambuco. A ideia de escrever o livro nasceu durante uma das internações. “Passei a escrever para me conhecer melhor e descobri que sofria de baixa autoestima, sentimento de inferioridade, medo de rejeição e abandono. Comecei postando os textos nas redes sociais. Até que me foi sugerido publicar um livro”, disse Eziel.
O livro está saindo pelo Selo Anima, com produção e edição de Léo Asfora (responsável – inclusive – pela epígrafe e pela orelha da obra). ‘Não é a droga, sou eu’ tem quase 200 páginas de extrema honestidade do autor, que se despe frente ao leitor ao revelar percepções e fatos íntimos de sua luta, abordando histórias de sua infância, adolescência e fase adulta e revelando experiências pessoais.
A respeito do livro de Eziel, o escritor, poeta e editor Léo Asfora comenta na orelha da obra que as crônicas curtas, leves (porém profundas) são em torno de uma jornada de autoconhecimento analisando sentimentos e traumas de infância que o levaram a estabelecer uma relação de dependência não só com drogas lícitas e ilícitas mas também “com pessoas e situações que proporcionam prestígio e poder, numa busca incessante por aceitação, aprovação e reconhecimento”.
Professor do Departamento de História da UFPB e escritor, Flávio Vieira comenta no prefácio que a obra não é de autoajuda nem manual com um passo a passo para quem deseja se livrar do vício das drogas. “Eziel Inocêncio é um escritor e sua escrita flui, calma, regular, elegante e corajosa, talvez para compensar as torrentes de angústias que tomam conta de sua alma, em um estilo próprio e intimista com o qual ele expõe — e se expõe — sua trajetória”.
Eziel – como disse Flávio Vieira – não tem a pretensão de publicar um manual de combate ao vício. Seu foco está no autoconhecimento. Em trecho do livro, ele destaca que a droga nunca foi seu maior problema e sim ele mesmo. “Se conseguir mostrar que somos movidos por sentimentos e desejos profundos e ocultos, os quais muitas vezes temos dificuldade de admitir, que relações de dependência num nível não patológico todos nós temos, já estarei satisfeito”, afirma o autor no texto da contracapa.

Assessoria
Crédito das fotos: Thercles Silva

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial