‘Não houve outra saída’, diz comandante de batalhão da PM sobre morte de 7 assaltantes

Publicado em 2 de março de 2018

mata7O tenente-coronel da Polícia Militar, Marci Elber, afirmou na manhã desta quinta-feira (1) que “não foi possível outra saída” para o tiroteio que resultou na morte de sete suspeitos de integrar uma quadrilha de explosão a caixas eletrônicos em Campinas (SP).
De acordo com o oficial, os quase 40 policiais envolvidos na operação na noite de quarta atiraram para revidar o ataque dos criminosos. Segundo o próprio comandante, no entanto, os disparos não atingiram nenhum policial e nenhuma das dez viaturas envolvidas na ocorrência porque a equipe conseguiu se abrigar em árvores e barrancos. Polícia Civil e Corregedoria da PM apuram o caso.
“Nosso objetivo era identificar os indivíduos que lá estavam. Nós tínhamos a suspeita e não a certeza, então, daí a necessidade da abordagem, revista e identificação. Infelizmente, com a violência que eles reagiram não foi possível outra saída”, afirmou o comandante do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de Campinas.
O confronto ocorreu por volta das 22h de quarta (28), em uma estrada de terra próxima do km 122 da Rodovia D. Pedro I, entre Campinas (SP) e Valinhos (SP). Segundo a corporação, houve a denúncia de que uma quadrilha especializada em roubos a caixas eletrônicos, fortemente armada, agiria em Joanópolis (SP). Sete suspeitos morreram no local. Um foi capturado pela manhã, ferido, e a polícia considera que há pelo menos um integrante foragido.
Entre as armas apreendidas, há um fuzil, uma submetralhadora e três metralhadoras, além de mais de 150 dinamites, munições de diversos calibres e outros materiais. A Corregedoria já ouviu os policiais e recolheu as armas deles, procedimento adotado em casos do tipo.

mata73‘Indivíduos reagiram’
O tenente da PM Vinícius Fullmann participou da ação e disse que as equipes do Baep receberam na quarta-feira as informações sobre um possível roubo a caixas eletrônicos em Joanópolis (SP). Os indivíduos seriam da região de Campinas.
“No momento da tentativa de abordagem aos veículos suspeitos, os indivíduos reagiram. Diversos indivíduos, inclusive, com armas de grosso calibre, armas longas, de precisão, inclusive um fuzil. Em alguns pontos houve alguns confrontos, onde, graças a Deus, nenhum policial foi ferido e nenhuma vítima civil também”, afirma.

Cerco em estrada de terra
Roberto José Daher, delegado em exercício da 1ª Delegacia Seccional, contou ao G1 que, quando a polícia chegou à estrada de terra, se deparou com três veículos suspeitos. Um deles, modelo Volkswagen Jetta, conseguiu fugir do local com ao menos um suspeito no seu interior.
O veículo roubado modelo Renault Captur tinha quatro pessoas e estava parado quando os policiais abordaram. Os quatro suspeitos morreram no local.
O terceiro carro, uma pick-up Strada Fiat furtada, deu fuga pela estrada, mas foi perseguida pela polícia. Três suspeitos que estavam no veículo morreram.

Suspeito e arma localizados
Um suspeito armado e ferido conseguiu fugir a pé, mas foi localizado na manhã desta quinta (1) após tentar pedir ajuda a moradores da região, que chamaram a polícia. Ele foi capturado, preso e levado ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp, em Campinas. Após ter alta, será levado para a DIG. Um colete balístico também foi encontrado abandonado na estrada.
“Está ferido, ferimento leve. Tentou auxílio de moradores do local, os moradores acionaram a Polícia Militar e a PM foi lá e prendeu. Ao que consta, seria um ferimento decorrente da ação da Polícia Militar”, afirma o delegado Daher.
No início da tarde, policiais do Batalhão de Ações Especiais (Baep) da PM voltaram ao local do confronto para fazer uma varredura e encontraram uma submetralhadora. Foi a 12ª arma apreendida. Ela estava no meio do mato, às margens da estrada, e a PM acredita que pertence ao suspeito capturado.

Materiais apreendidos
• 1 fuzil 556;
• 1 submetralhadora;
• 2 metralhadoras .40;
• 1 metralhadora 9mm;
• 2 espingardas calibre 12;
• 2 pistolas calibre 45;
• 2 pistolas calibre 9mm;
• 1 revolver calibre 38;
• Farta quantidade de munição de todos esses calibres e também de calibre .50;
• 3 coletes balísticos;
• 1 Bolsa com grande quantidade de explosivos e materiais detonantes, sendo: 5 m (aproximadamente) de cordel detonante (mais de 150 dinamites), 1,30 m (aproximadamente) de estopim de segurança, 13 detonadores e cerca de 26 cartuchos de emulsão explosiva;
• 1 veículo Renault Captur produto de roubo;
• 1 pick-up Fiat Strada produto de furto.
De acordo com a Polícia Militar, os homens que reagiram à abordagem também trajavam roupas que, segundo a corporação, são comumente utilizadas nos crimes de roubo a bancos e caixas eletrônicos, “como botas, máscaras, calças táticas, luvas e trajes de neoprene”, diz a nota.

Identificação dos suspeitos
Em coletiva de imprensa, a Polícia Militar informou que todos os suspeitos identificados são da região de Campinas.
Segundo o delegado Daher, quatro dos suspeitos mortos estavam dentro no veículo roubado modelo Renault Captur, que foi abordado quando estava parado. Os outros três estavam em uma pick-up Strada Fiat furtada, que deu fuga pela estrada de terra rumo ao distrito de Joaquim Egídio e foi perseguida pela polícia. Houve troca de tiros, segundo Daher.
A Polícia Militar informou que cinco dos suspeitos mortos foram identificados. Os outros dois não estavam portando documentos e, por isso, não foram identificados ainda. O primeiro seria Bruno Alves de Souza, 27 anos, que tem passagem de ameaça de morte em 2007. Outro identificado é Marcos Paulo Correia de Melo, de 24 anos, com registro de tráfico de drogas.
Segundo a PM, Davirlan Tenório dos Santos, de 34 anos, era suspeito de ameaça. O Ronaldo Antunes, que já tinha passagem por porte de armas e outros crimes, é o quarto homem identificado. Também teve o nome divulgado Itamar Gomes de Lima, de 29 anos, investigado em tentativa de homicídio.
Alessandro Bernardo, 34 anos, é o homem que foi capturado. Segundo a PM ele tem passagem criminal por receptação. Ele foi alvejado na perna e na mão direita durante a ação.

Inquérito
O delegado em exercício da Seccional afirmou, ainda, que o inquérito vai apurar a ação da Polícia Militar no caso. Também serão investigadas as origens das armas e das dinamites.
A informação sobre o crime que seria feito em Joanópolis ainda será averiguada no inquérito, pois foi uma informação anônima passada para a Polícia Militar, ressaltou Daher.
Por nota, a Polícia Militar informou que os “indivíduos são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que já explodiu bancos na cidade de Joanópolis anteriormente, bem como de terem roubado bancos nas cidades de Delfinópolis (MG), Borda da Mata (SP) e Mombuca (SP), sempre fazendo uso de armamento de grosso calibre”.
G1

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