No Botafogo-PB, goleira da seleção se diz prejudicada pelo draft da CBF

Publicado em 9 de outubro de 2015

A falta de estrutura tem cobrado seu preço ao Botafogo-PB no Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Em apenas três dias, o time paraibano levou duas goleadas: uma para o Santos, por 8 a 0 no domingo, e outra para o Adeco-SP, por 6 a 0 nesta quarta-feira. Após o último confronto, a goleira da seleção brasileira, Bárbara, desabafou sobre o assunto e, emocionada, disse que se sentiu prejudicada pelo draft feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
– Eu fico triste. Este draft ajudou muitas atletas, mas também prejudicou bastante. Eu me sinto prejudicada. Eu vim para cá para tentar ajudar, mas é complicado. A gente tentar ajudar, mas a gente não pode fazer tudo sozinha. Foram oito contra o Santos e seis agora. E no próximo jogo? Todo o meu trabalho do começo do ano até agora está sendo prejudicado.Mas eu recebo ordens e vou continuar fazendo o meu melhor. A gente tenta ajudar, mas é um time (Botafogo-PB) que não treina. É um time que não tem preparo físico. E isso está fazendo falta – contou desanimada a goleira Bárbara.
No final de setembro, a goleira foi escolhida pelo Botafogo no draft feito pela CBF, no Rio de Janeiro. Junto com Bárbara, também foram recrutadas a zagueira Géssica e a meia Raquel. Ao todo, 20 atletas da seleção brasileira de futebol estiveram à disposição para serem escolhidas pelos clubes que se classificaram para esta segunda fase da
Mas nem mesmo estes reforços de peso foram capazes de elevar consideravelmente o nível do Botafogo. No primeiro jogo após a chegada das jogadoras da seleção brasileira, contra o São José-SP, o time paraibano perdeu por 2 a 1. Na ocasião, a goleira chegou a elogiar a atuação do time paraibano por ter perdido para a equipe campeão mundial por apenas um gol de diferença.
No entanto, no último domingo, na Vila Belmiro, o Botafogo não conseguiu segurar o ataque santista e acabou perdendo por 8 a 0. Após o confronto, a equipe não conseguiu voo para a voltar a João Pessoa ainda no domingo e teve que esperar até o dia seguinte para embarcar. As garotas do Belo chegaram na capital paraibana na madrugada da terça-feira e a técnica Gleide optou por dar descanso ao time e não treinou para o jogo contra o Adeco. O resultado foi a derrota para o time paulista por 6 a 0.

Time que não treina
A questão dos treinos é realmente complicada para o Botafogo. Em contraste com outras equipes que estão na 2ª fase do Brasileiro, o Alvinegro é considerado um time amador e as jogadoras não vivem exclusivamente para o futebol. Segundo a técnica Gleide Costa, quase 70% das atletas do seu time têm que trabalhar em outra atividade para poder se sustentar.
O Botafogo treina no final de semana quando não tem jogo. Na primeira fase do Brasileiro, a equipe feminina tinha ainda que encaixar os treinos na Maravilha do Contorno nos horários que não atrapalhassem as atividades do elenco masculino do Alvinegro.
Com todas estas dificuldades, antes do jogo contra o Adeco, a treinadora Gleide Costa já tinha jogado a toalha e admitido que o Botafogo está muito longe da estrutura dos paulistas.
– A diferença de estrutura é tão grande. Elas treinam em dois períodos e vivem para o futebol. Na minha equipe, quase 70% do time trabalha em outras atividades e fazem o esporte por amor. Não temos condições de pagar salário. Temos que repensar onde podemos chegar, pois a luta chega a ser desproporcional – contou a treinadora.

Globoesporte

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