Papa Francisco visita o Sudão do Sul e se encontra com líderes religiosos

Publicado em 5 de fevereiro de 2023

O papa Francisco continua a sua visita ao Sudão do Sul até domingo (5). Na capital do país mais jovem do mundo para uma “peregrinação ecumênica pela paz”, ele se dirigiu, neste sábado (4), a membros do clero. Quase mil religiosos se reuniram na Catedral de Santa Teresa para ouvir o Sumo Pontífice.
Francisco chegou na sexta-feira (3) a Juba, capital do Sudão do Sul, onde se encontrou com os dirigentes do país. E neste sábado (4) foi a vez de se reunir com religiosos vindos de várias dioceses do país, mas também do vizinho Sudão. Todos esperaram pacientemente a chegada do Papa Francisco ao som de cânticos.
“É realmente a Igreja que trabalha pela unidade e pela paz, que tenta dar esperança às pessoas”, disse a irmã Mary George, da diocese de Malakal, no nordeste do país, e que trabalha com os refugiados sul-sudaneses no Sudão. “Eu que trabalho com refugiados, nossa esperança é que a vinda do papa nos una e traga paz, estabilidade em nosso país, para permitir que os refugiados voltem para casa, ao invés de ficarem nos campos onde estão, por dez anos”, acrescenta.
Ao todo, cerca de 4 mil pessoas, segundo as autoridades, reuniram-se desde cedo para esperar o sumo pontífice no pátio da catedral, muitas delas agitando bandeiras nacionais, em clima de festa. “Viemos aqui para receber suas bênçãos. É tudo uma questão de paz. O papa Francisco não pode nem andar, mas vem encorajar nossos líderes”, disse John Makuei, 24 anos, que chegou antes do amanhecer para não perder esse “dia histórico”.
Em seu discurso, o papa deu conselhos aos religiosos para promoverem a harmonia dentro da sociedade, mas também dentro da Igreja. “Nunca devemos ministrar buscando prestígio religioso e social, mas caminhando no meio e juntos, aprendendo a ouvir e a dialogar”, disse Francisco.
“A mensagem que o papa nos dirigiu hoje, a nós sacerdotes e bispos, a todos os religiosos e cristãos, é ir de casa em casa pregar a paz e a evangelização”, afirmou o padre Victor Roba Bartolomew, da paróquia de Santa Teresa.
O seminarista Peter Gatkuoth Nhial também participou do encontro. “A Igreja realmente lutou pela paz no Sudão do Sul, para unir as pessoas, para que não percam a esperança e rezem juntas. Embora haja problemas em nossa nação, as pessoas precisam se unir e entender que somos todos filhos do mesmo pai”, disse.

Encontro com refugiados
O papa Francisco também se reuniu, neste sábado, com deslocados internos do Sudão do Sul, depois de exortar os líderes a darem um “novo salto” aos esforços de paz neste país africano pobre e devastado por guerras pelo poder.
Acompanhado por líderes das Igrejas da Inglaterra e da Escócia, representantes das outras duas confissões cristãs do país, o pontífice destacou que o caminho “tortuoso” da paz não pode mais ser adiado.

País mais jovem do mundo
País de 12 milhões de habitantes de maioria católica, o Sudão do Sul conquistou, em 2011, a independência do Sudão, de maioria muçulmana, após décadas de conflito. De 2013 a 2018, uma guerra civil entre apoiadores dos líderes Salva Kiir e Riek Machar deixou 380.000 mortos.
Apesar de um acordo de paz assinado em 2018, a violência persiste e o país registrou 2,2 milhões de deslocados em dezembro, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha). Muito empenhado na defesa dos migrantes, o papa argentino se reuniu com alguns deles.
À noite, Francisco fará o seu terceiro e último discurso do dia, durante uma oração ecumênica. Ao seu lado estarão o Arcebispo de Canterbury, Justin Welby, chefe espiritual da Igreja Anglicana, e Iain Greenshields, a personalidade mais importante da Igreja da Escócia.
Foto: Vatican Media/¬Handout via REUTERS
G1

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