Pastor é preso por crimes de racismo, ódio contra judeus e homofobia. Ele também é contra vacina

Publicado em 27 de fevereiro de 2022

Nesta quinta-feira, 24, a Polícia Federal (PF) prendeu Tupirani da Hora Lores, pastor da congregação religiosa Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo. O líder, conhecido por propagar discursos anti-vacina, anti-democráticos, homofóbicos e racistas, foi preso no Morro do Pinto, localizado no bairro Santo Cristo do Rio de Janeiro.
Em um culto gravado e difundido em junho de 2020, o líder do grupo radical religioso afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Tupirani também atacava outras crenças, principalmente as de origem afro.
Além das acusações de racismo e ameaça, Lores responderá por incitação e apologia ao crime. Contra ele, foram deflagrados mandatos de prisão preventiva e busca e apreensão. Casa seja condenado, sua pena pode atingir 26 anos de reclusão.
A operação Rófesh, que em hebraico significa “liberdade”, foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF. Os mandados foram expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal.
a Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) e a Confederação Israelita do Brasil se manifestaram à respeito da prisão. E parabenizaram o trabalho da polícia na contenção desse tipo de crime.
“É a certeza da aplicação da lei contra o racismo que poderá em um primeiro momento conter esse mal que alicerça o ataque a segmentos historicamente discriminados. Em outra vertente, a educação para que as gerações futuras não mais reproduzam o racismo”, disse a Fierj.
“Quem pratica o crime de racismo não é só aquele que pratica diretamente, é também aquele que incita a prática da discriminação. Ele influencia seus fiéis, influencia seus seguidores na internet a cometerem também essas práticas racistas”, disse a Confederação Israelita do Brasil.
Ataques constantes do pastor
Tupirani foi o primeiro condenado no Brasil por intolerância religiosa. Em junho de 2009, ele e um discípulo chegaram a ser presos por esse tipo de crime. Em 2012, Lores e alguns seguidores foram detidos por intolerância religiosa e comportamentos xenofóbicos. Em março de 2021, o líder também foi alvo da operação “Shalom”, após pedir por um “massacre” de judeus.
De acordo com Ricardo Sidi, advogado criminalista da Confederação Israelita do Brasil (Conib) a prisão preventiva está corretamente decretada. “Tendo em vista que o pastor reincide sistematicamente na prática de crimes há mais de dez anos e essa é uma hipótese clássica para prisão preventiva”.
“Uma prisão corretamente decretada, bem fundamentada, único meio legal, nesse caso, para conter essa ânsia de praticar discriminação e incitar seus fiéis a também praticarem discriminação e se envolver em atos violentos”, completou Sidi.
Diario do Centro do Mundo

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial