Perícia inicial aponta que helicóptero e PMs não tinham marcas de tiros

Publicado em 21 de novembro de 2016

Uma perícia inicial aponta que os corpos dos policiais militares que estavam no helicóptero da corporação que caiu na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, neste sábado (19), não tinham marcas de perfurações por arma de fogo, segundo informou Roberto Sá, secretário de Segurança do Rio de Janeiro. De acordo com Sá, a aeronave também não apresentava marcas de disparos.
“Quero lamentar profundamente e me solidarizar com as famílias de todos. E dizer para os senhores que o laudo de necrópsia dos policiais que estavam no helicóptero já saiu, a perícia foi muito rápida, muito eficiente, não há perfuração por arma de fogo nos corpos, a perícia está sendo feita pela DH [Delegacia de Homicídios], a perícia está sendo feita pela Aeronáutica, na aeronave, até o momento, não se encontrou nenhum tipo de perfuração, mas é muito cedo ainda para qualquer conclusão”, afirmou o secretário.
Sá esteve, na tarde deste domingo (20), no Batalhão de Choque da Polícia Militar, onde os corpos dos PMs indentificados como Rogério Melo, Willian de Freitas Schorcht, Camilo Barbosa Carvalho e Rogério Felix Rainha foram velados.
Os policiais foram homenageados com honras militares, o que inclui uma salva de tiros. Dos quatro policiais mortos, três serão enterrados no Rio. O outro policial vai ser enterrado em Resende, no Sul do Estado.
A polícia faz, desde a madrugada deste domingo (20), uma operação na Cidade de Deus. Foram apreendidos três fuzis e duas pistolas, com um suspeito. Outro homem que estava com um rádiotransmissor também foi preso. Ele e o material apreendido foram encaminhados para a 32ª DP (Taquara). De manhã, outro homem foi preso em flagrante com trouxinhas de maconha na localidade conhecida como Conjunto Itamar Franco e foi encaminhado para a mesma DP.
Nas redes sociais, os perfis dos militares no Facebook recebiam centenas de mensagens de apoio aos familiares das vítimas. Todos os policiais que estavam a bordo do helicóptero tinham mais de dez anos de experiência na PM.

Helicóptero não era blindado
Em nota, a PM divulgou mais informações sobre o helicóptero da PMERJ, que caiu na noite de sábado (19) nas proximidades da comunidade Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio, e também sobre o piloto e co-piloto que comandavam a aeronave no momento do acidente.
O modelo do helicóptero era um Esquilo AS 350 B3. Durante a operação, a aeronave estava a cerca de dois mil pés de altura, sendo pilotada pelo Capitão Willian Schorcht e tendo como co-piloto o Major Rogerio Melo. Ela transmitia imagens do voo, as quais serão analisadas pela perícia que está sendo realizada pela Aeronáutica. Após a queda, os destroços do helicóptero foram retirados do local do acidente na madrugada deste domingo (20), por volta de 3h.
O modelo de aeronave usado na operação não era blindado e costuma ser usado como plataforma de observação realizando o imageamento de áreas sobrevoadas. A manutenção era realizada regularmente, assim como ocorre com os demais equipamentos do Grupamento Aeromóvel (GAM).
O Major Rogerio Melo e o Capitão Willian Schorcht trabalhavam no GAM desde junho de 2011. Os dois oficiais fizeram o Curso de Piloto Policial em maio de 2011 e, em seguida, o Curso de Piloto de Helicóptero, ambos ministrados pela Polícia Militar. O Major Melo acumulava mais de 500 horas de voo e o Capitão Schorcht contava com experiência de voo que ultrapassava 700 horas. O Subtenente Camilo Barbosa e o sargento Rogério Felix cursaram o Curso de Tripulante Operacional (CTO) do GAM.

Corpos encontrados
O coordenador de Comunicação Social da Polícia Militar, major Ivan Blaz, confirmou que durante a operação deste domingo foram encontrados sete corpos ainda não identificados. De acordo com o oficial, os cadáveres foram encontrados numa área pantanosa e a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil já está no local.
“A identificação positiva desses mortos vai ser feita pela Polícia Civil. E é interessante que façamos o mais rápido possível porque estamos falando também de famílias. Não podemos deixar de falar aqui dos moradores da Cidade de Deus. Foram interrompidos três eventos socioculturais. Entre eles, um sarau de poesia que era destinado para aquela população, que já sofre com uma carência socioeconômica e que por conta da violência foi vítima, mais uma vez ,dessa realidade “, afirmou o major.
No velório dos quatro policiais militares que morreram na queda de um helicóptero, o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou que excessos não serão tolerados por nenhum dos dois lados.
“Nós estamos aqui para preservar vidas. Nenhum excesso vai ser tolerado, nenhum excesso vai ficar impune. Eu confio muito no trabalho da Divisão de Homicídios”, destacou Roberto Sá.
G1

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