Polícia Civil encontra cabo enrolado na hélice do avião que caiu com Marília Mendonça

Publicado em 9 de novembro de 2021

A Polícia Civil de Caratinga terminou, nesta segunda-feira (8), de recolher os materiais periciais do avião que caiu na zona rural da cidade, causando a morte da cantora Marília Mendonça e de mais quatro pessoas.
Segundo o delegado regional da Polícia Civil de Caratinga, Ivan Lopes Sales, um cabo estava enrolado em uma das hélices do avião. Porém, ele disse que não dá para afirmar que o cabo é o que se rompeu na torre de transmissão de energia da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
“É fato de que tem um cabo enrolado na hélice. Agora, a gente só vai poder afirmar que esse cabo é o cabo que se rompeu quando a perícia tiver o laudo pericial”, explicou.
O delegado informou ainda que os destroços da aeronave serão encaminhados ao Rio de Janeiro nesta terça-feira (9). Já os motores irão para Sorocaba (SP), ainda sem horário definido.
“Em comum acordo com o Cenipa, definimos que a aeronave vai ser destinada ao Rio de Janeiro para que eles realizem a perícia. Se porventura a Polícia Civil achar necessário realizar outras perícias, ela [a aeronave] estará lá à disposição também”, informou.
A Polícia Civil informou que ainda não há um prazo para encerrar as apurações de eventual responsabilidade criminal.
“A investigação procede com os laudos periciais, com oitivas de eventuais testemunhas, com arrecadação de documentos. É importante ressaltar que a Polícia Civil quer dar uma resposta célere, mas uma resposta célere não significa uma resposta rápida. Uma reposta célere é a resposta mais técnica, no menor tempo possível”, afirmou.

Etapas da remoção da aeronave
No primeiro momento da operação de retirada, realizada nesse domingo (7), um guindaste ajudou a içar o avião de um ponto ao lado da cachoeira, onde tinha caído, para uma área mais alta do terreno. Na segunda etapa, as asas foram cortadas e algumas partes começaram a ser retiradas.
Na noite de sábado (6), a aeronave já havia sido tirada da correnteza da cachoeira;
Após a retirada, a fuselagem do avião foi levada para um pátio, em Caratinga, de onde será encaminhada para o Rio de Janeiro, onde a perícia do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos deve continuar.
Os dois motores do avião foram retirados na tarde desta segunda-feira por equipes Cenipa e de uma empresa de guincho particular resgataram. Segundo o dono da empresa, Amadeu Alexandre, os dois motores caíram em locais complexos para a remoção.

Onde estavam os motores?
A empresa de guincho resgatou o motor que estava em uma área de mata fechada por volta das 14h. Ele teria se soltado da aeronave logo após a colisão com os fios da torre de transmissão de energia da Cemig. As equipes trabalham em terra na retirada da peça desde o início da manhã desta segunda-feira (8), informou Amadeu.
Inicialmente, a equipe da 5ª Base Regional de Aviação do Estado (BRAVE), da Polícia Militar, daria apoio de helicóptero para içar o motor e deixá-lo em local mais fácil para a remoção, mas foi constatado que a mata densa não permitiria o trabalho por via aérea.
O segundo motor estava submerso. “Quando o avião caiu na cachoeira, um dos motores rolou pela cachoeira abaixo. Mas choveu no local e o nível da cachoeira encheu, dificultando os trabalhos”, explicou o dono da empresa de guincho.
Os destroços serão levados para a sede do SERIPA III no decorrer desta semana, informou a Força Aérea Brasileira (FAB).

Confira as etapas de remoção do avião:
• Sábado (6): aeronave foi retirada da correnteza;
• Domingo (7): avião foi puxado para a parte mais alta do terreno por um guindaste. Para facilitar o transporte, as asas foram cortadas;
• Segunda(8): profissionais do Auto Socorro particular, contratados pela empresa dona do avião, resgataram os dois motores. Em seguida, os destroços do avião serão levados de caminhão ao Rio de Janeiro e os motores para Sorocaba (SP).
A empresa dona da aeronave, PEC Táxi Aéreo, foi autorizada a recolher os destroços após o trabalho de perícia da Polícia Civil e do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) feito no local do acidente, pois todas as evidências iniciais que poderiam ser usadas na investigação já foram retiradas da aeronave.
O Cenipa informou que uma segunda etapa da perícia será realizada após as peças do avião serem recolhidas e encaminhadas para o Rio de Janeiro.

Morte da cantora
Marília Mendonça viajava para Caratinga, onde faria um show na noite desta sexta-feira (5). Antes de embarcar, ela fez uma postagem nas redes sociais relatando que estava a caminho da cidade.
O avião bimotor de pequeno porte que transportava a cantora e mais quatro pessoas caiu em uma cachoeira na tarde de sexta (5). Todas os cinco ocupantes morreram no acidente, que está sendo investigado pela Cenipa.
O corpo de Marília e do tio e assessor dela foram encaminhados para Goiânia na manhã de sábado. O velório dos dois foi aberto ao público, cerca de 100 mil pessoas passaram na despedida da artista. Já o enterro da cantora foi restrito para a família.

G1

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