Por WhatsApp, suspeito de vazar ‘nudes’ de 30 mulheres fez tortura psicológica com vítimas, diz polícia

Publicado em 25 de julho de 2017

A polícia civil do Piauí está buscando o suspeito de compartilhar imagens íntimas de pelo menos 30 mulheres na cidade de Coivaras, 68 km de Teresina. Ainda não se sabe se apenas uma ou mais pessoas participaram da ação. Segundo o delegado Daniel Pires, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Alta Tecnologia (Dercat), além do vazamento as vítimas sofreram tortura psicológica.
“Desde o início de julho as fotos começaram a ser compartilhadas unicamente por WhatsApp, em grupos. A pessoa dizia que iria compartilhar as fotografias aos poucos, causando temor nessas mulheres e adolescentes, anunciando o que iria fazer e deixando todas tensas, em pânico”, disse ele nesta terça-feira (25) ao G1.
O delegado destacou que, para a polícia, no momento os casos de apenas duas vítimas estão sendo investigados, já que somente as duas buscaram a polícia para registrar boletim de ocorrência. Uma delas tem 19 anos e outra tem 16 anos. Contudo, na cidade, moradores relatam que dezenas de mulheres tiveram imagens íntimas compartilhadas.
Daniel Pires explicou que nas duas situações o vazamento configura crime. A jovem de 19 anos, segundo a polícia, foi vítima de injúria e difamação. Já no caso da adolescente, o suspeito pode responder por pornografia infantil.
“A pena para os crimes contra a honra não deixam ninguém preso, infelizmente. É uma pena muito leve para um crime desses. Há um projeto de lei tramitando no congresso para criminalizar esses casos, mas mesmo assim a pena é branda. Já no caso da menor, se a pessoa apenas receber e armazenar, não apagar as imagens, a pena já varia de um a quatro anos de prisão. Se repassar as fotos, a pena é de três a seis anos”, disse.
Por enquanto, a polícia sabe apenas que as duas vítimas fizeram as próprias “nudes” e enviaram a pessoas de sua confiança. Não se sabe ainda se eles mesmos compartilharam com outros ou se tiveram seus celulares invadidos. Essa diferença configura diferentes crimes.
O delegado pediu que outras vítimas procurem a polícia, para que todos os culpados sejam punidos. “Como a Dercat fica em Teresina, mas estamos investigando a pedido do próprio Secretário de Segurança, estamos indo à cidade uma vez por semana até a conclusão do inquérito para ouvir diretamente as vítimas, as pessoas serão comunicadas da nossa ida. Pedimos que nos procurem”, orientou.
G1

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