Preso em Roraima troca de lugar com irmão durante visita a presídio e foge
Publicado em 21 de março de 2016O detento Edilson Feitosa de Oliveira, condenado por estupro, fugiu da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo nesse domingo (20), ao trocar de lugar com o irmão durante visita na unidade prisional, segundo informações de um agente penitenciário.
Conforme o agente, que preferiu não se identificar, o irmão do preso identificado como Ademilson Feitosa de Oliveira, deu entrada na unidade prisional às 14h e saiu cerca de 30 minutos depois.
“Observamos que ele estava muito nervoso e que a carteira de identidade dele tinha sumido”, disse o servidor, ao explicar que o documento pessoal dos visitantes é retida na entrada da unidade para fins de controle.
Diante da situação, Ademilson afirmou que desconfiava que o irmão havia fugido se passando por ele. “Ele disse que era a segunda vez que isso acontecia. Que ele não visitava mais o irmão por conta disso, mas que tinha ido porque a família estava pressionando”, disse o agente.
Duas coisas contribuíram para a fuga, segundo o agente: a semelhança entre os irmãos e a má qualidade dos documentos de identidade apresentados pelos visitantes.
“Eles [irmãos] são muito parecidos e a maioria das identidades dos visitantes é muito antiga, as fotos estão ruins e ainda têm aquelas que as imagens estão distorcidas. Isso dificulta muito a identificação. Eles conseguiram se aproveitar dessa falha”, revelou o servidor.
A outra vez que o detento fugiu se passando pelo irmão foi em 2011, entretanto, o agente não soube dar mais detalhes.
Ademilson foi encaminhado para a Central de Flagrantes do 5º Distrito Policial. O delegado que atendeu o caso, Cristiano Camapum, disse que foi lavrado um Termo Circunstanciado (TC) e que ele respondeu em liberdade.
“Ele negou o fato. Disse que o irmão saiu sem falar com ele. O caso será encaminhado para o juizado e ele irá responder por facilitação de fuga de preso”, afirmou o delegado.
O que o governo diz
Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) informou que o caso será apurado. O governo esclareceu que existe um banco de dados informatizado que mantém o cadastro dos visitantes.
“O [sistema] ‘Canaimé’ dispõe, inclusive, de espaço para que seja inserida a fotografia dos visitantes no sentido de auxiliar o sistema prisional com informações sobre as datas das visitas de cada pessoa cadastrada”, informou a nota.
Segundo o governo, todas as unidades prisionais têm acesso aos dados. Pelo menos 17.666 visitantes estão cadastrados desde a instalação do sistema, no ano de 2006.
G1