Preso na Lava Jato colecionava armas em mansão à beira-mar em Niterói

Publicado em 3 de agosto de 2017

colecaoUm dos 10 presos na Operação “Rio 40 Graus”, deflagrada nesta quinta-feira (3) pela força-tarefa da Lava Jato no Rio, colecionava armas em um casarão à beira-mar em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Pistolas, fuzis, revólveres e espingardas foram apreendidos na casa de Ricardo Falcão, ex-engenheiro fiscal de obras da Prefeitura do Rio e suspeito de envolvimento em esquema de propinas. Também foram apreendidos mais de US$ 51 mil em espécie.
A Polícia Federal levou cerca de 15 armas para averiguação. Falcão havia alegado que o armamento era legal, mas os investigadores apuraram que a licença de colecionador estava vencida. Chamou a atenção também o “grosso calibre” das armas.
Segundo a PF, não há indicativo de que as armas tenham sido usadas para coação ou qualquer tipo de violência.
A Operação “Rio 40 graus” cumpriu nove mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária.

colecao2A operação
O ex-secretário municipal de Obras do Rio nas duas gestões do ex-prefeito Eduardo Paes, Alexandre Pinto, foi preso por agentes da Polícia Federal pela manhã. Ele estava em casa, na Taquara, na Zona Oeste, em um condomínio de luxo da região.
Todos os mandados são expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ªVara Federal Criminal do Rio. Segundo as investigações, os suspeitos receberam R$ 35,5 milhões em propina de obras públicas. A investigação constatou desvios nas obras do BRT Transcarioca e na drenagem de córregos da Bacia de Jacarepaguá.
Os agentes foram às ruas para cumprir nove mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, três conduções coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão. Nove mandados estão sendo cumpridos no Rio e um em Pernambuco, onde foi confirmada a prisão de Laudo Aparecido Dalla Costa Ziani, genro do ex-deputado Pedro Corrêa. A operação foi batizada de “Rio 40 graus”. Outro alvo da ação é a advogada Vanuza Sampaio, contra quem também foi cumprido um mandado de prisão nesta manhã.
PMDB é investigado no estado e no município do Rio
Essa fase da Lava Jato passa a investigar não só a organização criminosa que, segundo os investigadores, era chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral, mas também a organização criminosa que teria ligações com o PMDB no município e no estado do Rio de Janeiro.
Em nota, o ex-prefeito Eduardo Paes afirmou que Alexandre Pinto é um servidor de carreira da prefeitura do Rio e a política não teve qualquer relação com sua nomeação para a função de secretário de obras. “Ao contrário! Caso confirmadas as acusações, será uma grande decepção o resultado dessa investigação.”, disse Paes.
O PMDB disse que “apoia a operação Lava Jato e reitera a necessidade de celeridade nas investigações”.
Propina para diferentes
Alexandre Pinto foi citado em delação da engenheira Luciana Salles Parentes, que trabalhava na Carioca Engenharia. A delatora disse que tomou conhecimento da exigência de pagamento por meio de Antonio Cid Campelo, da OAS. Ela afirmou que o então secretário de Obras do Rio exigiu 1% do valor do contrato.
Segundo a investigação, as obras da etapa 2 do BRT Transcarioca, trecho de ligação da Penha ao aeroporto do Galeão, foram contratadas por cerca de R$ 540 milhões e a propina foi paga em três frentes: ao Ministério das Cidades, ao Secretário municipal de Obras e aos fiscais responsáveis pelo acompanhamento da obra.
As investigações foram iniciadas há oito meses e os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Após os procedimentos de praxe, eles serão encaminhados ao sistema prisional do estado.
G1

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