Promotor diz ter ‘absoluta certeza’ que mãe envenenou filho no Ceará

Publicado em 25 de julho de 2015

venenoApós as últimas testemunhas prestarem depoimento no caso Francileudo, que investiga o assassinato de uma criança de 9 anos com sorvete envenenado, o promotor do Ministério Público Federal no Ceará Humberto Ibiapina diz ter “absoluta certeza” de que a mãe da vítima, Cristiane Coelho, é a responsável pelo homicídio.
A conclusão do promotor ocorreu após o depoimento da acusada, na noite desta quarta-feira (22), no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. Ela também foi acusada de tentar matar o ex-marido, Francileudo Bezerra, com veneno. Ele chegou a ficar em coma durante duas semanas e sobreviveu.
Segundo o promotor Humberto Ibiapina, Cristiane Coelho entrou em contradições diversas vezes durante o depoimento e não soube explicar quem escreveu mensagens em rede social se passando por Francileudo Bezerra.
“O computador estava na casa no momento em que foi feita a pesquisa em relação ao chumbinho. Ela diz que não foi ela e não sabe explicar quem foi, mas o Francileudo estaria no Hospital do Exército. Essas contradições levam o Ministério Público a ter absoluta certeza de que ela foi autora do fato”, disse o promotor.

Defesa
O perito particular contratado para a defesa de Cristiane Coelho contesta os laudos oficiais da Polícia Civil usados como evidências para pedir a prisão dela. Para o perito Ravier Feitosa, durante o período de 49 dias entre a data do crime e a da segunda perícia, pode ter havido contaminação das provas.
“O computador que foi recolhido pelo delegado foi para a perícia depois de 50 dias. O que foi feito nele depois desses 50 dias? Só Deus sabe. Outra coisa: foram recolher material lá na casa depois de 49 dias de ocorrer o fato”, alega o perito.
Os peritos da polícia descartam a possibilidade de manipulação ou contaminação de evidências e afirmam que o período foi necessário para ouvir as testemunhas e realizar uma coleta de material na casa onde ocorreu o crime. Eles prestaram depoimento nesta quarta-feira, no Fórum Clóvis Beviláqua.
Com os depoimentos, todas as testemunhas já foram ouvidas. Defesa e acusação terão cinco dias para as considerações finais. Após esse prazo, o juiz decide se Cristiane Coelho vai ou não a júri popular.

O crime
O crime aconteceu em novembro de 2014, no Bairro Dias Macedo, em Fortaleza. Inicialmente, Cristiane Coelho acusou o marido, o subtenente do exército Francileudo Bezerra, de tentar envenená-la com remédios e de envenenar o próprio filho, de 9 anos. Na ocasião, Cristiane disse ainda à polícia que o subtenente teria tentado se matar em seguida.
O subtenente passou semanas em coma no Hospital Militar. O laudo do Instituto Médico Legal trouxe uma reviravolta no caso: Francileudo Bezerra e o filho tinham sido envenenados com chumbinho, um veneno para matar ratos.
Quando o subtenente acordou do coma, ele negou o crime. Durante as investigações, a polícia descobriu que Cristiane pesquisou na internet sobre como envenenar uma pessoa com chumbinho. Desde então, ela passou a ser considerada a principal suspeita.
Em abril deste ano, o laudo da polícia foi concluído e apontou Cristiane como responsável pela morte do filho mais velho, que era autista. Depois disso, Francileudo conseguiu a guarda do filho mais novo do casal, de 5 anos, que até então estava no Recife, com a mãe.
Em maio, Cristiane teve a prisão decretada pela polícia e chegou a ser considerada foragida. Dias depois ela se entregou e, atualmente, está no presídio feminino Auri Moura Costa, em Itaitinga.
G1

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