Que no Natal se celebre verdadeiramente o nascimento de Jesus e que este espírito se estenda por todos os dias do ano

Publicado em 19 de dezembro de 2019

Escuto dizer que o Natal deixa as pessoas mais sensíveis, ‘moles’ e reflexivas, porque é mais um ano que se passou e porque existem pessoas vulneráveis socialmente precisando de ajuda nesta época do ano. Inquieto que sou, ao escutar uma premissa dessas, peço perdão e questiono no sentido de saber e até de entender o motivo pelo qual os sentimentos descritos e que diga-se de passagem, nobres, não nos acompanham todos os dias do ano?
A verdade é que ninguém sabe responder. Aqueles que agora fazem campanhas em prol dos milhares e milhões de pobres e miseráveis só neste pouco tempo do ano, são os mesmos que legitimam no restante do tempo as condições em e com que vivem, preferindo mesmo que eles sejam os invisíveis, sem nome sem endereço e sem dignidade.
Ah, que sociedade injusta e hipócrita, pois, deixa pessoas de carne e osso como nós, todos filhos do mesmo Deus, perambulando em todas as partes com fome e com frio e expostas a todas as mazelas, vivendo como se nada fossem- bem, e a solidariedade natalina não é válida-? Diria que sim, no entanto, a observo muito mais como forma de aparecer, daquele tipo eu faço, eu me preocupo, eu sou caridoso.
As boas almas e corações fazem sem olhar a quem, dão com uma mão sem que a outra veja e nem se preocupam com a época. Mas, isto fica cada vez mais raro, visto que, já tem aqueles cristãos fazendo o mal feito com a Bíblia na mão, invocando o pensamento de Gordurinha na sua celebre canção uma Prece aos Homens sem Deus.
São assuntos que carecem de muitas e profundas reflexões, porém, voltemos para o Natal, que na sua essência significa o nascimento de Jesus Cristo, no entanto, o nascimento do Salvador do Mundo há muito ficou ofuscado pelo mercantilismo, que trouxe e conseguiu dar outro significado para a festa que deixou de ser simples para se tornar luxuosa, que deixou os lares pobres para ocupar as mansões, que esqueceu quem nada tem para fazer a alegria de quem pode comprar presentes e uma ceia farta.
De acordo com os fatos descritos na Bíblia, nos evangelhos de Mateus e Lucas, Jesus nasceu em Belém, em um estábulo. Um dos textos mais conhecidos sobre o Natal se encontra na Livro Sagrado, em Lucas 2:1-14.
Natal é o nome da festa religiosa cristã que celebra o nascimento de Jesus Cristo, a figura central do Cristianismo. O dia de Natal, 25 de dezembro, foi estipulado pela Igreja Católica no ano de 350, século IV através do Papa Júlio I, sendo mais tarde oficializado como feriado. A verdade é que o Natal é uma data comemorativa que simboliza o nascimento de Jesus Cristo. Esta celebração acontece há mais de 1.600 anos no dia 25 de dezembro.
Vivemos tempos realmente conflituosos, onde muitos dos ditos cristãos defendem conceitos que verdadeiramente não foram pregados por Jesus Cristo e que não constam nas Escrituras Sagradas. É de se perguntar que cristão é este que naturaliza uma multidão de famintos que está em todas as partes da Terra, indaga-se também como os cristãos celebram tanta felicidade e esquecem do irmão invisível que está bem próximo dele, mas, que não é visto porque não tem uma casa bonita nem uma roupa elegante para mostrar, é mesmo contraditório, não?
Será que o aniversariante fica feliz com tantos horrores e tanta miséria, para se alegrar apenas com quem já comprou a roupa nova de uma marca destacada, já está com a casa arrumada e a mesa farta com comidas finas e bebidas de altos valores? Prefiro dizer que não, porque Jesus está e sempre esteve com os humildes e mais uma vez estará com aqueles que são humilhados, porque no reino dele, estes serão os exaltados.
Que o momento seja para reflexão, no sentido de vermos que o mais importante é o aniversário de Jesus Cristo, aquele que prefere os pobres e excluídos, que prefere a humildade e não a ostentação, nós cristãos devemos nos resignificarmos em relação aos conceitos que temos. A nós está sendo dada a escolha e o livre arbítrio de ficarmos com a fartura, com o glamour, com as lindas roupas, com as trocas de valorosos presentes e de nos embriagarmos com as coisas oferecidas pelo mercado das futilidades ou de comemoramos o Natal de Jesus Cristo, a decisão é tua, só tua.

Por Josinaldo Neves, jornalista, radialista e mestrando em Desenvolvimento Regional

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