QUEM MENTE? Portal diz ter documento oficial da Cagepa mostrando alto nível de contaminação em Boqueirão. Diretor nega e garante que água é de boa qualidade

Publicado em 21 de maio de 2016

contaminadaAlém da incerteza da conclusão ou não das obras de transposição das águas do rio São Francisco para a Paraíba, e consequentemente, para o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão (manancial que abastece Campina Grande) uma nova polêmica se instalou nesta sexta (20) quando dois portais paraibanos divulgaram matérias completamente contrárias sobre o assunto, embora a fonte de informação seja a mesma: a Cagepa.

O fato é que o Portal Correio estampou em manchete o seguinte título: “CAGEPA CONFIRMA EM LAUDOS QUE ÁGUA DE BOQUEIRÃO TEM ALTO ÍNDICE DE CONTAMINAÇÃO”.

No mesmo dia o Portal PBagora publica: “CAGEPA GARANTE POTABILIDADE DAS ÁGUAS DE BOQUEIRÃO”.

A afirmação do Correio, de acordo com a matéria, é feita com base em “um documento oficial da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) que confirma ao Comitê da Bacia Hidrográfica da Paraíba (CBP-PB) a presença de cianobactérias e cianotoxinas nas águas do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão)”. Além disso, o portal ainda afirma que devido a contaminação o abastecimento de água para Campina Grande e região pode ser suspenso a qualquer momento.

Já o PBagora mostra entrevista com o diretor regional da Cagepa, Ronaldo Meneses, tranquilizando os campinenses e afirmando que “a Cagepa, por ser uma empresa séria, tem que distribuir água dotada de qualidade, de modo que não venha a causar transtornos para a população”. Ronaldo garante que a Cagepa não estaria distribuindo água para a população se ela não fosse de boa qualidade.

Diante de tais fatos e da contradição de informações vindas da mesma fonte a pergunta que não quer calar agora é: o que realmente está acontecendo e quem está falando a verdade sobre o assunto? O documento que o Correio diz ter realmente existe? É mesmo oficial? A contaminação é uma realidade? O PBagora está certo? O diretor da Cagepa tem como provar a qualidade da água?

É preciso que as autoridades políticas, ambientais e até de saúde pública sejam acionadas com urgência e adotem um único e verdadeiro discurso sobre o tema, para que o povo tenha conhecimento real da situação, seja ela qual for.

Apolinário Pimentel
CONFIRA MATÉRIA DO PORTAL CORREIO

Cagepa confirma em laudos que água de Boqueirão tem alto índice de contaminação

O Portal Correio teve acesso, com exclusividade, a um documento oficial da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) que confirma ao Comitê da Bacia Hidrográfica da Paraíba (CBP-PB) a presença de cianobactérias e cianotoxinas nas águas do Açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), responsável pelo abastecimento em Campina Grande. O relatório fala que entre março e abril deste ano a concentração dos organismos havia superado 10 mil células por mililitro. Segundo o professor e especialista em recursos hídricos Janiro Costa, da Universidade federal de Campina Grande (UFCG), há risco iminente de interrupção total na distribuição da água, devido ao alto potencial de proliferação dessas cianotoxinas.
“Campina está em risco iminente de ficar completamente sem água. A proliferação dessas toxinas é muito rápida e esse processo é acelerado à medida que o nível no açude vai diminuindo. De uma hora para outra a concentração desses organismos pode ultrapassar o limite estabelecido pela legislação e, se isso acontecer, a Cagepa será obrigada a parar a distribuição da água do Boqueirão na cidade”, alerta o professor.
“É importante ressaltar, porém, que a Cagepa já está consciente da situação. Pode ser que a suspensão total no abastecimento não venha a ocorrer, mas existe o risco sim. Se não houvesse a Cagepa não teria alertado sobre a necessidade de monitoramento semanal desses organismos e da qualidade da água”, pondera Janiro Costa.
Em documento encaminhado ao presidente da CBP-PB, Ulysmar Curvelo Cavalcanti, no dia 28 de abril, cujo Portal Correio teve acesso, a Cagepa recomenda monitoramento semanal do manancial, conforme exige o Ministério da Saúde.
No relatório, a Cagepa diz que terceiriza o monitoramento dessas análises com o Laboratório de Ecologia Aquática, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), onde são feitas as determinações acerca da biodiversidade e quantificação da comunidade de cianobactérias.
“Deve-se realizar análises das concentrações de microcistina e saxitoxina no ponto de capacitação de água do manancial e na saída do tratamento da água com frequencia semanal. A ocorrência de organismos dos gêneros de Cylindropermopsis e Dolichospermum nas águas é um indicativo de contaminação potencial por cilindrospermopsina e anatoxina, respectivamente, deste modo, recomenda-se também a análise destas variantes de cianotoxinas”, diz parte do parecer da Cagepa.

Risco de contaminação
Ainda segundo especialista em recursos hídricos Janiro Costa, o sistema de tratamento de água atual em Campina Grande não é capaz de reter as cianobactérias e cianotoxinas. Alguns desses organismos podem provocar doenças gastrointestinais, neurológicas ou na pele, podendo levar também à morte.
O professor da UFCG lembra que em 1996 cerca de 60 pessoas morreram após sessões de hemodiálise em Caruaru, no estado de Pernambuco. Investigações apontaram que os pacientes podem ser sido intoxicados pela água utilizada no processo de hemodiálise.
No relatório enviado ao Comitê da Bacia Hidrográfica da Paraíba, a Cagepa sustenta que amostras são feitas mensalmente nos hospitais e clínicas que realizam o procedimento em Campina Grande e que, até o presente momento, elas apresentaram valores dentro dos padrões de potabilidade.

Soluções
De acordo com o professor Janiro Costa, só há duas formas de conter a proliferação de cianotoxinas no Açude de Boqueirão. “A primeira seria ampliar a estação de tratamento, com utilização de métodos mais avançados que fossem capazes de reter os organismos. Mas essa tecnologia exigiria um investimento financeiro muito alto”, analisa.
“A outra forma seria a chegada de água no reservatório, pois quanto menor o volume, maior o potencial de contaminação na água. Com chuvas não podemos contar mais este ano, pois o que chover não será suficiente. Uma alternativa seria acelerar a Transposição do Rio São Francisco, cuja conclusão só está prevista para janeiro do próximo ano. Até lá, Campina pode entrar em colapso”, alerta o especialista.
Nessa quinta-feira (19), o Portal Correio divulgou que a hipótese de conclusão das obras ainda este ano foi levantada pelo ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho. O anúncio foi feito após reunião com senadores e deputados federais da Paraíba.
A Cagepa foi procurada pelo Portal Correio para comentar o assunto, dar mais detalhes sobre o documento e explicar sobre alternativas para o abastecimento de água em Campina Grande, mas até a publicação desta matéria os questionamentos não foram respondidos.
Açude Epitácio Pessoa
O açude Epitácio Pessoa tem uma capacidade total de mais de 441,6 milhões de metros cúbicos. Seu volume atual é de apenas 39,4 milhões, o que representa apenas 9,6% de sua capacidade total de armazenamento. A Cagepa garante que há água para o abastecimento até janeiro do ano que vem.
Portalcorreio

Link: http://portalcorreio.uol.com.br/noticias/servicos/geral/2016/05/20/NWS,278256,43,417,NOTICIAS,2190-CAGEPA-CONFIRMA-LAUDOS-AGUA-BOQUEIRAO-ALTO-INDICE-CONTAMINACAO.aspx

CONFIRA MATÉRIA DO PBAGORA

Cagepa garante potabilidade das águas de Boqueirão

O diretor regional na Borborema da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Ronaldo Meneses, falou sobre os problemas que vem sendo veiculados a respeito da qualidade da água do açude de Boqueirão, na cidade de Campina Grande.
Ronaldo tranquilizou os campinenses e afirmou que a Cagepa não se comprometeria a distribuir água para a cidade se ela não fosse de qualidade.
“É natural que com o baixar do nível do manancial a qualidade da água também tenha sido modificada, mas a Cagepa, por ser uma empresa séria, tem que distribuir água dotada de qualidade, de modo que não venha a causar transtornos para a população” declarou.
O diretor ainda destacou que a alteração nas características da água muitas vezes é apenas em seu aspecto físico ou no sabor, o que, de acordo com ele, não tem nenhum vínculo com uma possível queda na qualidade do produto.
“Algumas características da água tendem a se modificar, por exemplo, uma característica marcante da água do açude de Epitácio Pessoa é a salinidade, é uma água, no popular, salobra. Então, isso tem aumentado. Tem um índice chamado cloreto, que é o único índice que tem se alterado. Temos conversado com muitos profissionais e eles dizem, de modo geral, que essa questão do cloreto altera o sabor da água. A água fica de difícil consumo. Mas, todos os outros parâmetros, no momento, estão atendendo os critérios de potabilidade” revelou.

PB Agora

Link:
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20160520212531&cat=paraiba&keys=cagepa-garante-potabilidade-aguas-boqueirao
CONFIRA PRINTS DOS PORTAIS SOBRE O ASSUNTO:

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