Rabino Henry Sobel morre aos 75 anos em Miami

Publicado em 22 de novembro de 2019

O rabino Henry Sobel, de 75 anos, morreu na manhã desta sexta-feira, 22, em Miami, nos Estados Unidos. Rabino emérito da Congregação Israelita Paulista (CIP), destacou-se como uma “voz firme em defesa dos direitos humanos no Brasil”, como destaca nota divulgada pela família.
Sobel morreu em decorrência de complicações causadas por um câncer. O sepultamento será realizado no domingo, 24, no Woodbridge Memorial Gardens, em Nova Jersey. Leia aqui entrevista do rabino ao ‘Jornal da Tarde’ em 2007.
Norte-americano e filho de judeus de tradicional ortodoxia, Sobel chegou ao Brasil na década de 70. No País, teve forte atuação na ditadura militar, especialmente em relação ao esclarecimento da morte de Vladimir Herzog, não aceitando a versão oficial de que o jornalista teria cometido suicídio e autorizando que o ex-diretor da TV Cultura fosse sepultado no Cemitério Israelita do Butantan, seguindo os ritos judaicos.
Junto a D. Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, Sobel celebrou um ofício inter-religioso em homenagem ao jornalista, de origem judia, em 23 de outubro de 1975, na Catedral da Sé. A celebração reuniu cerca de oito mil pessoas e foi considerada uma manifestação importante para a derrubada da ditadura.
Em entrevista ao Jornal da Tarde, em 2007, ressaltou que Herzog foi vítima de um “assassinato”. “Estava fazendo meu papel. Acreditava, e ainda acredito, naquilo que faço. Cada um tem direito de se manifestar numa sociedade livre e democrática”, disse sobre a atuação na ditadura militar.
O rabino escreveu a autobiografia Um Homem. Um Rabino, lançada em 2008 pela Ediouro, com prefácio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Também teve parte da trajetória narrada no documentário A história do homem Henry Sobel, do diretor André Bushatsky, de 2014.
Em 2007, Sobel também falou ao Jornal da Tarde sobre a mudança de País. “Estava fascinado em vir para o Brasil, não só pela Copa, mas principalmente por causa do povo. Viajei um pouco na vida e lhe digo: não existe um povo igual no mundo.”

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