Relatório da PF aponta que Moro mandou grampear presidente do TCE-PA. Ex-juiz diz que se cometeu crimes, estão prescritos

Publicado em 6 de outubro de 2023

Uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal revelou que Heinz Georg Herwig, então presidente do Tribunal de Contas do Paraná, foi alvo de escutas telefônicas autorizadas pelo ex-juiz Sergio Moro, conforme indicado em um relatório de inteligência da Polícia Federal anexado ao processo. As escutas foram realizadas por meio de equipamentos aprovados judicialmente e direcionadas a Herwig, enquanto ele estava sob investigação. As informações são da jornalista Daniela Lima, do G1.
Herwig foi alvo dessas escutas devido à sua conexão com Tony Garcia, um ex-colaborador da Justiça do Paraná que estava sendo investigado por suposta gestão fraudulenta no consórcio Garibaldi. Este consórcio, que negociava veículos e imóveis, foi acusado por Moro de prejudicar mais de 4 mil pessoas. As evidências presentes no relatório confirmam que Herwig foi grampeado como parte das investigações relacionadas a essas atividades supostamente fraudulentas.
A versão de Moro é que ele nunca demandou gravações contra autoridades com foro de prerrogativa de função. No entanto, os documentos mostram o contrário. Em entrevista a Lima nesta quinta-feira, Moro tentou negar as informações atacando o governo do presidente Lula, alegando ser vítima de “perseguição”.
Garcia não economizou palavras ao reagir às declarações de Moro. “O MELIANTE COVARDE @SF_Moro CULPA @LulaOficial PARA SE DEFENDER DO INDEFENSÁVEL!!! Acuado por seus crimes, o patife alega desconhecimento sobre o conteúdo de UMA HORA DE CONVERSA COMIGO gravada pela @policiafederal. Alega PRESCRIÇÃO desses crimes”, escreveu o delator na rede social X.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República também foi às redes criticar Moro. “O ex-juiz cometeu crimes durante anos, como se estivesse acima da lei. Que a lei agora chegue para ele e que seja responsabilizado por todo dano que causou ao país”, escreveu.

“SE EU COMETI UM CRIME LÁ ATRÁS, ESTÁ PRESCRITO”, DIZ MORO
O ex-juiz suspeito e hoje senador, Sergio Moro, praticamente admitiu, pela primeira vez, que pode ter cometido crime no caso Tony Garcia, revelado pelo jornalista investigativo da TV 247, Joaquim de Carvalho.
“Esses fatos são de 20 anos atrás. Se eu tivesse cometido um crime muito grave lá em 2004, estaria prescrito. Então, por que estão sendo investigados fatos de 2004 a 2006?”, disse Moro em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (5).
Garcia delatou Moro em uma entrevista à TV 247 em junho deste ano. Na ocasião, ele afirmou que desembargadores do TRF-4 foram chantageados por Moro depois de participarem de uma “festa da cueca” com prostitutas em Curitiba. Ele também acusou o senador de transformar a capital paranaense na “Guantánamo brasileira”. Em setembro, o delator entregou ao Supremo Tribunal Federal as missões ilegais que cumpriu a mando de Moro.
De acordo com informações da jornalista Daniela Lima, do G1, uma investigação em curso no Supremo Tribunal Federal revelou que Heinz Georg Herwig, o então presidente do Tribunal de Contas do Paraná, foi alvo de escutas telefônicas autorizadas pelo ex-juiz Sergio Moro, conforme indicado em um relatório de inteligência da Polícia Federal anexado ao processo. As escutas foram realizadas por meio de equipamentos aprovados judicialmente e direcionadas a Herwig, enquanto ele estava sob investigação.
Herwig foi alvo dessas escutas devido à sua conexão com Tony Garcia, um ex-colaborador da Justiça do Paraná que estava sendo investigado por suposta gestão fraudulenta no consórcio Garibaldi. Este consórcio, que negociava veículos e imóveis, foi acusado por Moro de prejudicar mais de 4 mil pessoas. As evidências presentes no relatório confirmam que Herwig foi grampeado como parte das investigações relacionadas a essas atividades supostamente fraudulentas.

Foto: Reprodução TV Globo
Brasil 247

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