“Se não me prenderem logo, quem sabe eu mando prendê-los”, diz Lula

Publicado em 6 de maio de 2017

A cinco dias de prestar depoimento ao juiz Sérgio Moro como acusado na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou a investida da força-tarefa durante a abertura da etapa estadual do Congresso Nacional do PT, em São Paulo, na noite dessa sexta-feira (5).
“As manchetes dos jornais diziam que o PT acabou e diziam que amanhã o Lula vai ser preso. Faz dois anos que eu estou ouvindo isso. Se eles não me prenderem logo, quem sabe um dia eu mando prendê-los pelas mentiras que eles contam”, disse o petista, em tom descontraído.
O ex-presidente é réu em uma ação penal na 13ª Vara Federal de Curitiba, sob a acusação de ter recebido propina da OAS, no âmbito do esquema de corrupção em contratos da Petrobras. Segundo a denúncia, Lula recebeu da empreiteira um tríplex no Guarujá (SP), além do pagamento do armazenamento de bens recebidos durante sua passagem pela Presidência da República. Lula nega todas as acusações.
“Eles não têm argumento, porque já estão com a tese pronta, que o PT é uma organização criminosa”, declarou Lula, que ainda chamou o tríplex de “uma Minha Casa, Minha Vida em cima da outra”.
O petista seguiu falando da Lava Jato. “Eles conseguiram aflorar em mim uma coisa que eu pensei que já tinha passado. ‘Tem tanta gente que eu vou parar de ser guerreira para as pessoas lutaram’. Mas na hora que eles resolveram tentar destruir uma biografia que eu não devo a eles, eu devo a vocês. O problema não é comigo, é com vocês.”
O ex-presidente também pediu que os correligionários prestassem atenção “ao que está acontecendo no Brasil”. “De um lado há um processo da Operação Lava Jato que quer destruir a política desse país, passar para a juventude a ideia de que política não presta. E quando fazem a pesquisa, o resultado é o crescimento de um fascista chamado [Jair] Bolsonaro [PSC-RJ]”, disse. O deputado federal apareceu em segundo lugar na última pesquisa da eleição presidencial da Datafolha.
O discurso foi aplaudido diversas vezes e acabou sob gritos de “o Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. O evento ocorreu na Quadra dos Bancários, na Sé, na capital paulista, e reuniu militantes petistas para eleger a nova diretoria do partido no Estado.
UOL

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