Segurança de deputado dá tiro dentro de diretório do PMDB

Publicado em 30 de janeiro de 2016

O segurança do deputado estadual Paulo Cézar Martins (PMDB) disparou um tiro durante uma confusão dentro do Diretório Estadual do partido, em Goiânia. Segundo testemunhas, o tiro atingiu o teto do prédio. Uma gravação registrou o momento em que uma discussão aconteceu e o tiro foi disparado (ouça acima).

No áudio é possível ouvir o presidente estadual e nacional da Juventude do PMDB, Pablo Rezende, discutindo com o deputado. “Tiro no diretório! O senhor vai matar a gente! Deu um tiro no diretório! O senhor vai me matar, deputado?”, afirma na gravação. No registro é possível ouvir, além do tiro, o barulho de objetos sendo quebrados.
A confusão aconteceu na última quarta-feira (27) quando membros do PMDB tiravam cópias de arquivos relacionados às convenções municipais do partido, que está em processo eleitoral.
De acordo com Pablo Rezende, o grupo recebeu autorização do responsável pelo diretório, o deputado federal Pedro Chaves (PMDB) para que tivessem acesso aos documentos. Porém, Rezende alega que a autorização foi desrespeitada pelo deputado.

“Ele não queria que saíssemos de lá com as cópias, mas falamos que continuaríamos lá até copiar todo o material. Ele surtou e começou a quebrar as coisas, rasgou atas, documentos, quebrou a mesa e arremessou a cadeira na parede e partiu pra cima da gente”, afirmou.
Segundo ele, neste momento a discussão se agravou, momento em que o segurança teria atirado, atingindo o teto da sala onde estavam.

Em nota ao G1, o deputado disse nesta quinta-feira (29) que estava sendo agredido por outros membros do partido no momento em que o segurança dele efetuou o disparo. Além disso, ele publicou uma mensagem nas redes sociais afirmando que o profissional estava “no exercício da sua função” e que não teve a intenção de atingir ninguém.
Na nota, Paulo Cézar Martins afirma que nem o responsável pelo diretório, o Deputado Federal Pedro Chaves (PMDB), presidente da comissão provisória, nem a Comissão Eleitoral “tinham qualquer conhecimento do que estava acontecendo”. E que, por isso, pediu “de forma cordial aos jovens que deixassem a sala e interrompessem a cópia”.

Após a confusão, três jovens registraram um boletim de ocorrência na central de flagrantes da Polícia Civil, apontando o deputado como autor de agressões físicas e verbais sofridas por eles. Já Paulo Cézar Martins, procurou o 1º Distrito Policial de Goiânia nesta sexta-feira (29) e alegou à polícia que foi vítima.

“Eu conversei com ele, ele me relatou a versão dele, dizendo que foi agredido pelo grupo que estava no diretório”, afirmou a Delegada Maira Lídia Barcelos Bicalho, responsável pelo caso. Segundo ela, foi registrado um termo circunstanciado de ocorrência para investigar a lesão corporal que ele diz ter sofrido.

De acordo com ela, o caso deve ser enviado ao Tribunal de Justiça, já que, por ser deputado, ela precisa de uma autorização judicial para que a investigação seja feita por ela.
O deputado federal Pedro Chaves, responsável provisório pelo diretório estadual do partido, confirmou ao G1 a versão dada por Pablo Rezende. Ele disse que de fato autorizou o acesso aos documentos. “Eu dei autorização para que tivessem acesso a todos os documentos. O problema é que as cópias estavam sendo feitas por ele e não pela secretaria do partido. Mas a funcionária do diretório estava acompanhando”, afirmou.
Ele afirmou que o partido lamenta profundamente o ocorrido. E, como existem duas versões, o diretório vai aguardar o fim das investigações criminais para expedir um comunicado oficial. Pedro Chaves disse que, até então, nenhuma das partes fez qualquer representação no conselho de ética do partido.
G1

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial