Simone Biles leva inédito tri mundial, e brasileiras têm altos e baixos em final

Publicado em 30 de outubro de 2015

bilesA Hydro Arena ficou lotada para ver Simone Biles. Mais de 10 mil testemunhas de um momento histórico para a ginástica artística: pela primeira vez uma atleta conquistou três títulos seguidos do individual geral em Mundiais. Mesmo sofrendo uma queda na trave, a americana de apenas 1,45m de altura e 18 anos foi absoluta na final desta quinta-feira, em Glasgow, e foi reverenciada até por adversárias como Flávia Saraiva e Lorrane dos Santos. Sem chances de medalhas depois de sofrerem quedas, as duas brasileiras puderam ao menos ver de perto a maior estrela atual da ginástica estender seu reinado por mais um ano como a mais completa do mundo. Foi o oitavo título mundial de Simone, que disputa a competição pela terceira vez apenas. A campeã somou 60,399 nos quatro aparelhos.
Melhor brasileira na classificatória, quando foi a décima entre as finalistas, Lorrane teve uma noite de altos e baixos em Glasgow. Ela acertou sua série das barras assimétricas e seu salto, mas sofreu quedas na trave e no solo que a impediram de continuar no top 10, acabando na 18ª posição, somando 55,031.
– Eu vim preparada para dar meu máximo no primeiro dia para ajudar a equipe, infelizmente não conseguimos. Eu não pensava na classificação para o individual, então vim para me divertir. Errar acontece, mas eu gostei bastante da minha participação – disse Lorrane, que conseguiu 15,166 pontos no salto, a maior nota do time feminino do Brasil em toda a competição.
Flavinha, por sua vez, sofreu quedas justamente em seus dois aparelhos mais fortes – duas na trave e uma no solo. A ginasta de 1,34m de altura teve boas execuções no salto e nas barras assimétricas, mas ficou na 24ª colocação entre as 24 finalistas, com 53,232.
– Não era o meu dia, mas isso acontece na vida de todo atleta. Mas eu fiquei muito feliz, vou treinar mais para ir bem nas próximas competições. Mas foi uma experiência muito boa, eu pensei assim: “Nossa, eu via essa menina na televisão e agora estou do lado dela, competindo junto com ela”. É uma experiência muito grande – disse Flavinha.
O dia foi de queda até para a campeã. Simone Biles assustou a Hydro Arena ao perder o equilíbrio na sua série da trave e colocar a mão no aparelho, o que é considerado uma queda. Atual campeã olímpica da prova, a também americana Gabby Douglas voltou ao cenário mundial em Glasgow depois de dois anos afastada da ginástica. Poderia ultrapassar Simone após a terceira rotação, mas sofreu grandes desequilíbrios na trave e acabou ficando com a prata. Somou 59,316 em seu retorno. Vice no ano passado, a romena Larisa Iordache se recuperou de uma classificatória cheia de falhas para levar o bronze na última nota, vencendo a chinesa Shang Chunsong com a pontuação geral de 59,107.
Simone igualou a russa Svetlana Khorkina em número de ouros do individual geral do Mundial, só que a americana foi a única a conseguir as três conquistas consecutivas. Antes mesmo de disputar as Olimpíadas pela primeira vez – não tinha idade mínima em 2012 -, a grande estrela da ginástica atual caminha para se tornar uma lenda, agora com oito títulos mundiais. Se conquistar mais dois em Glasgow ela já vai se tornar a maior campeã mundial da história, e é a favorita nas finais do salto, da trave e do solo no fim de semana.
Nesta sexta-feira é a vez da final do individual geral masculino. O Brasil será representando por dois ginastas: Arthur Nory e Lucas Bitencourt. A competição começa às 15h40, com transmissão ao vivo pelo SporTV e em tempo real no GloboEsporte.com. No domingo, ainda Nory disputa a final da barra fixa.

PRIMEIRA ROTAÇÃO
As principais candidatas ao pódio se apresentaram antes das brasileiras, e Simone Biles já abriu vantagem com um salto de 15,833 pontos. Segunda na classificatória, a suíça Giulia Steingruber também brilhou no aparelho, seu ponto forte, e conseguiu 15,600. Atual campeão olímpica da prova, Gabby Douglas acertou seu salto (15,300). Era então a vez de Flavinha começa a competição em seu aparelho mais forte, a trave, também o aparelho mais imprevisível. A brasileira sofreu duas quedas e ficou com a nota 12,266, a pior da primeira rotação. Lorrane veio um pouco depois nas assimétricas. Melhor brasileira no aparelho durante a classificatória, ela repetiu a série segura e somou 13,733 pontos e fechou a primeira rotação na 14ª posição.

SEGUNDA ROTAÇÃO
Depois de sofrer quedas na trave, Flavinha conversou bastante com seu técnico Alexandre Carvalho antes de se apresentar no solo. Como de costume, a ginasta cativou o público que acompanhou a música com palmas, mas a baixinha de 1,34m de altura não voou alto suficiente em uma de suas acrobacias e sofreu mais uma queda. Com a nota 13,033, Flavinha ainda subiu para a 23ª posição. Lorrane, por sua vez, começou sua série da trave segura, mas perdeu o equilíbrio em uma acrobacia e sofreu uma queda. A nota 12,966 a fez cair para a 20ª posição. Na briga pelo título, a favorita Simone cravou sua série de assimétricas e tirou 14,900. Gabby tirou um pouco da desvantagem com 15,033 no aparelho. A suíça Giulia acabou caindo de segunda para a quarta colocação, e a chinesa Shang Chunsong entrou no páreo depois de acertar seus dois principais aparelhos: as barras e a trave.

TERCEIRA ROTAÇÃO
Flavinha abriu a terceira rotação com um voo preciso no salto e ficou com a nota 14,233, mas manteve a 23ª posição. Lorrane entrou em ação pouco depois e mais uma vez sofreu uma queda, desta vez no solo, seu segundo aparelho mais forte. Com a nota 13,166, ela caiu para a 22ª posição. As quedas começaram a afetar também as favoritas. Simone Biles foi a primeira, perdeu o equilíbrio na trave e teve de colocar a mão no aparelho para não cair, o que é considerado uma queda. A nota de 14,400 colocava sua liderança ameaçada, especialmente por Gabby Douglas, mas a campeã olímpica teve grandes desequilíbrios e, mesmo sem queda, também conseguiu 14,400. A chinesa Shang Chunsong manteve o terceiro posto com 14,533 no solo, enquanto a suíça Giulia Steingruber também caiu na trave e foi parar na sexta posição.

QUARTA ROTAÇÃO
Na última rotação foi Lorrane a primeira brasileira a se apresentar. Em seu aparelho mais forte, a a ginasta voou no salto e conseguiu a nota 15,166, a maior do time feminino do Brasil em toda a competição, mas só o suficiente para ela subir para a 18ª colocação. Flavinha foi a última a se apresentar nas barras assimétricas e acertou sua série para tirar a nota 13,700, mas acabou na 24ª e última posição.
Na reta final da briga pelo pódio, a chinesa Shang Chunsong só conseguiu 13,866 e viu o bronze escapar das mãos e ficar com Larisa Iordache. Prata no ano passado, ela se recuperou de uma classificatória fraca e entrou no pódio após a nota 14,800 nas assimétricas. A decisão seria entre a campeã olímpica e a mundial. Gabby fez uma boa apresentação no solo, mas tirou 14,583 pontos. Simone fechou a competição com seu solo impressionante. De tão forte acabou aterrissando fora da área em uma acrobacia, mas não foi o suficiente para lhe tirar o título. A nota 15,266 ainda foi a melhor da noite no aparelho. A festa mais uma vez foi de Simone.
Globoesporte

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