Soldado russo que se recusar ir lutar na guerra contra Ucrânia será preso por 10 anos, determina Putin

Publicado em 24 de setembro de 2022

A Rússia anunciou, neste sábado (24), a substituição de seu mais alto comandante militar para questões logísticas. Além disso, o presidente Vladimir Putin assinou uma lei que endurece a pena de soldados que se recusarem a combater (veja mais abaixo) . Os anúncios coincidem com um momento de dificuldades para Moscou em sua tentativa de invadir a Ucrânia.
“O general Dmitri Bulgakov foi dispensado de suas funções como vice-ministro da Defesa”, informou o Ministério da Defesa em um comunicado.
Bulgakov será substituído pelo coronel-general Mikhail Mizintsev, que dirigia o Centro de Controle da Defesa Nacional e, a partir de agora, assume como “responsável pelo fornecimento material e técnico das Forças Armadas”.

Prisão para soldados
A nova lei assinada por Putin neste sábado diz que os soldados russos que se recusarem a lutar, desertar, desobedecer ou se render ao inimigo podem agora enfrentar uma prisão de até 10 anos, informou a agência de notícias AFP.
A lei já havia sido aprovada pelas casas do Parlamento durante a semana.
Na última quarta-feira (21), o presidente russo anunciou a convocação de cerca de 300 mil reservistas para lutarem nos fronts, em reação à blitz de forças da Ucrânia que recuperou importantes territórios no leste do país.
A decisão do Kremlin foi motivo de manifestações internas, que foram reprimidas com milhares de detenções. A procura por voos para o exterior também aumentou consideravelmente, assim como surgiu uma extensa fila de carros na fronteira entre a Rússia e a Geórgia. Segundo informações do jornal inglês “The Guardian”, a espera para concluir a travessia podia durar até 20 horas.
Durante o discuso em que mobilizou suas tropas, Putin também acenou para a possibilidade de utilização dos armamentos nucleares russos.
“Isto não é um blefe”, declarou. “Vários representantes do alto escalão de países da Otan falam da possibilidade e admissibilidade de usar armas de destruição em massa contra a Rússia. Falam até de ameaça nuclear. Quero dizer a quem diz isso que nosso país possui uma variedade de armas de destruição, algumas mais modernas até que as dos países da Otan.”

Quem é Mikhail Mizintsev?
Apelidado como açougueiro de Mariupol pela mídia ocidental, Mizintsev, de 60 anos, ocupou vários cargos de alto escalão no Estado-Maior durante sua carreira militar.
Ele é alvo de sanções ocidentais por seu papel no cerco de Mariupol, uma cidade portuária no sudeste da Ucrânia conquistada em maio pelas tropas russas.
Segundo o portal britânico “Independent”, sua carreira foi alavancada por suas funções em operações na Síria. Ele teria sido um dos organizadores na “Batalha de Aleppo”, um extenso combate que durou de 2012 até 2016 e deixou mais de 30 mil mortos, segundo dados do centro de documentações da Síria.
G1

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