Stiupb denuncia que Cagepa deverá ser vendida até o final de 2022 e tarifa mínima de conta de água poderá chegar aos R$ 190

Publicado em 27 de agosto de 2021

Desde quando foi aprovada a Lei Complementar 168/2021, que criou quatro Microrregiões de Saneamento no Estado, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (STIUPB) está acompanhando com muita atenção todos os passos dados pelo Governo do Estado para a efetivação da entrega da Cagepa à iniciativa privada, em que pese o governador João Azevedo (Cidadania), ter dito que se tratava de Fake News.
A Confederação Nacional da Indústria já dá como certo o leilão (privatização) da Cagepa até o final de 2022, conforme publicação feita pela CNI e que pode ser conferida em ilustração no final do texto.
O BNDES também tem feito reiteradas publicações a respeito, inclusive, publicando em seu site reuniões do governador e da equipe técnica da Companhia com o Banco para a concretização desse processo.
O site do BNDES trata a negociação entre a Cagepa e Governo da Paraíba como Projeto de Desestatização, mediante participação privada, na prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, bem como serviços de gestão operacional, em 93 municípios do Estado.
O Governador João Azevedo trabalha há meses para que a empresa 100% paraibana seja entregue ao capital privado: “Inúmeros serviços estão sendo realizados por empresas terceirizadas e pagos pela CAGEPA”, denunciou Wilton Maia Velez, presidente do Stiupb.
Após a aprovação e sanção da Lei Complementar 168/2021, que cria microrregiões no estado, um estudo feito pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) mostra que tal modelo é insustentável e irá penalizar economicamente as pessoas mais pobres e criar problemas na CAGEPA para sua viabilidade como empresa.
No último dia 02 de agosto, o governador da Paraíba participou de uma reunião de trabalho em João Pessoa com o Sr. Fábio Abraão, Diretor de Concessões e Privatizações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre as pautas, a de “Concessões e privatizações” foi a que mais chamou a atenção dos setores que se posicionam contrários a venda da empresa paraibana.
“A partir da finalização desse processo, teremos empresas privadas ditando as regras em relação à política tarifária. Como a CAGEPA hoje é estatal, ela trabalha com tarifas subsidiadas, mas com a venda, o valor mínimo da conta de água poderá chegar aos R$ 190,00 em algumas regiões, caso seja vendida”, disse o dirigente sindical.
Tal qual a venda da SAELPA, que já pertenceu ao povo paraibano, e hoje pertence ao capital privado e chama-se ENERGISA, a CAGEPA poderá ter o mesmo destino. O monopólio da energia elétrica é agora do capital privado e bate recordes de lucros e altas tarifas. Com a possível venda da CAGEPA, o monopólio da distribuição de água também está nas mãos do capital privado.
“João Azevedo disse que não iria privatizar a empresa, mas cedeu às chantagens do Governo Bolsonaro e está fazendo o contrário”, relatou outro diretor do Stiupb, Cícero Duarte, da região das Espinharas.

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