‘Tem que cortar a universidade’, diz deputado a estudantes de GO. Veja vídeo

Publicado em 14 de outubro de 2016

Um grupo de estudantes de Goiás gravou um vídeo onde o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) afirma que “tem que cortar a universidade” e que “quem não tem dinheiro” não pode fazer um curso superior. O registro foi feito na Câmara dos Deputados, em Brasília, quando o parlamentar foi questionado sobre por que era a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece um teto para o aumento de gastos públicos, conhecida como PEC 241.
A gravação foi feita na última segunda-feira (10) e ganhou repercussão nas redes sociais. Nas imagens, o deputado conversa com alguns estudantes pertencentes ao Grêmio Estudantil Cecília Meireles (GECM), do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Uruaçu, no norte do estado.
Um professor, que acompanhava os alunos, diz que as universidades estão passando por um corte de bolsas e até de energia e questiona se “não tem que cortar de quem tem”. O parlamentar responde:
“Tem que cortar a universidade, tem que cortar. Vamos deixar no ensino fundamental. Não vai cortar [a universidade]. Mas quem pode pagar vai ter que pagar. Meus filhos vão pagar. Quem não tem [dinheiro] não faz universidade, quem não tem dinheiro não faz. Vai estudar na USP que é de graça”, afirmou.
Em seguida, alguém pergunta ao deputado sobre os filhos do trabalhador que não acesso à saúde pública. Marquezelli rebate: “Como que não tem rapaz? Se cuida. Eu vi um rapaz com um cigarro na mão reclamando que não é atendido. O cara fuma três maços de cigarro por dia […] Falta gestão na saúde e gestão na educação”.

Arrogância
Quem aparece no vídeo questionando o deputado é o professor Fernando Viana Costa, que leciona história do IFG. Ele afirmou que viajou à Brasília com um grupo de aproximadamente 30 alunos para acompanhar a votação da PEC, aprovada em primeiro turno, por 366 votos a favor, 111 contra e duas abstenções, mas que foram proibidos. Eles decidiram então perguntar para vários deputados sobre suas posições.
“Quando começamos a gravar, não imaginávamos essa repercussão. Isso ocorre porque a população está indignada com a posição dos políticos. A forma como eles se comportam provoca isso. Não sabíamos que teria essa dimensão”, afirmou ao G1.
Ele destacou que muitos parlamentares mostravam claro desconhecimento do texto do projeto e outros respondiam de forma atravessada. “A resposta mostra uma arrogância muito grande ao tratar de temas importantes como se eles não as tivessem. Esse projeto altera em 20 anos o orçamento da saúde e educação”, pontuou.

Resposta
Em sua página no Facebook, o deputado se posicionou sobre o assunto e disse que a PEC “não retira nenhum centavo para educação e saúde”. Também fez ama analogia, afirmando que “remédios amargos são necessários para um momento difícil da economia nacional”.
Nota do Deputado Nelson Marquezelli sobre seu posicionamento favorável a votação da PEC 241.
O Estado não pode gastar mais que arrecada.
Defendo a gratuidade para a população de baixa renda em instituições públicas, mas subsidiar a quem tem condições de pagar a universidade sou totalmente contra.
O ajuste da PEC não retira nenhum centavo para educação e saúde, mas por outro lado a aprovação da matéria possibilita um freio em orçamentos inflados, aumentos irreais e expectativas financeiras que destruirá a previdência pública.
O Brasil precisa ter a responsabilidade de administrar o dinheiro público com profissionalismo e retidão.
Remédios amargos são necessários para um momento difícil da economia nacional.
Volto a repetir, sou favorável a uma educação de qualidade e contra subsídios do Estado para quem pode e deve pagar por sua instrução.

VEJA O VÍDEO:

G1

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