Trump abandona reunião com democratas sobre paralisação do governo

Publicado em 10 de janeiro de 2019

Donald Trump abandonou uma reunião com a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, depois que os dois democratas voltaram a afirmar que não concordam com a liberação de uma verba de US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões) para a construção de um muro na fronteira com o México.

Segundo Schumer, o presidente “bateu na mesa” e disse que “não tinha nada para discutir”. Ele deixou a sala e encerrou o encontro ao ser contrariado mais uma vez.

Já Trump, no Twitter, chamou a reunião de “total perda de tempo” e disse que propôs a Pelosi encerrar a paralisação parcial do governo federal se os democratas concordassem em aprovar a verba para o muro dentro de um mês, mas que a presidente da Câmara recusou a oferta.

“Eu disse tchau. Nada mais funciona!”, acrescentou.

A recusa do Congresso em incluir no orçamento os US$ 5,7 bilhões pedidos por Trump fez com que o governo federal entrasse em paralisação parcial. O presidente chegou a dizer que buscaria outros meios, mas mudou de ideia e agora afirma que não fará qualquer tipo de acordo para reabrir o governo sem o dinheiro para o muro.

Na semana passada, Trump disse que estaria preparado para uma paralisação de “mais de um ano” se fosse necessário. Logo nos primeiros dias, ele já havia dito que ela só terminará com uma definição sobre o projeto do muro.

Nesta quarta, a paralisação entrou em seu 19º dia, e se encaminha para bater o recorde histórico. Até então a mais longa teve 21 dias de duração, entre o fim de 1995 e o começo de 1996, sob a presidência de Bill Clinton.

Atualmente, mais de 800 mil funcionários federais são afetados e muitos deles se encontram em uma licença forçada sem vencimentos.

Antes da reunião desta quarta, Trump disse à imprensa que, se não conseguir o que quer, pode declarar estado de emergência nacional, o que lhe permitiria tomar medidas extraordinárias e obter os fundos dos militares.

“Acho que podemos trabalhar em um acordo, e, senão, podemos tomar esse caminho”, disse, insistindo que tem o “absoluto direito” de utilizar essa ferramenta, pensada para um estado de catástrofe, como uma epidemia, ou um ataque, apesar das advertências do Congresso de que, assim, ele poderia extrapolar suas funções.

Na noite de terça, Trump fez um pronunciamento na TV, com oito minutos de duração, no qual disse que há uma crise humanitária e de segurança na fronteira e voltou a culpar os democratas pela paralisação orçamentária.

Para a oposição, a ideia do muro é “imoral”, além de cara e ineficaz. Na terça, Nancy Pelosi, que recuperou seu posto como líder da maioria democrata na Câmara na semana passada, respondeu Trump após seu discurso e acusou-o de manter “o povo americano como refém”.

“Estamos negociando. A Casa Branca parece estar mexendo as traves do gol. A cada vez que vêm com uma proposta, mudam de lugar”, disse Pelosi.

G1

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