Unicef diz que crianças palestinas estão morrendo de fome. ONU afirma que Gaza virou “inferno na terra”

Publicado em 6 de março de 2024

O genocídio do povo palestino perpetrado pelo Estado de Israel segue em curso, agravado pelo desabastecimento de todo o tipo de alimentos e água. No norte da Faixa de Gaza, no Hospital Kamal Adwan, de acordo com um comunicado emitido neste domingo (3) pelo Unicef, pelo menos dez crianças perderam suas vidas devido à desidratação e desnutrição nos últimos dias. O Unicef expressou sua preocupação com o cenário desolador que assola o hospital, onde médicos e pais enfrentam um sentimento de impotência diante dos gritos angustiados das crianças que sucumbem lentamente, enquanto o mundo parece permanecer indiferente, relata Jamil Chade, do UOL. A agência da ONU para os Refugiados Palestinos, UNRWA, descreveu Gaza como um “inferno na terra”, enquanto instava a comunidade internacional a agir com urgência diante da catástrofe humanitária em curso.
O desabastecimento de alimentos e outros recursos básicos é um problema cada vez mais premente em Gaza, afetando severamente os 2,2 milhões de palestinos que lá residem. As distribuições esporádicas de alimentos e medicamentos muitas vezes resultam em cenas de tensão, destacando a desesperada luta pela sobrevivência enfrentada pela população local.
“A falta generalizada de alimentos, água potável e serviços médicos, uma consequência direta dos impedimentos de acesso e dos vários perigos enfrentados pelas operações humanitárias da ONU, está afetando as crianças e as mães, prejudicando sua capacidade de amamentar seus bebês, especialmente no norte da Faixa de Gaza. As pessoas estão famintas, exaustas e traumatizadas. Muitos estão se agarrando à vida”, alerta a agência.
O Unicef ressalta que as mortes de crianças não se limitam ao Hospital Kamal Adwan, mas afetam toda a Faixa de Gaza. A agência enfatiza que essas mortes são totalmente evitáveis e são o resultado direto da falta generalizada de alimentos, água potável e serviços médicos, causada pelos obstáculos enfrentados pelas operações humanitárias da ONU. A situação é especialmente grave no norte de Gaza, onde uma em cada seis crianças com menos de dois anos sofre de desnutrição aguda. A Unicef insiste na necessidade urgente de permitir o acesso irrestrito das agências de ajuda humanitária à região para reverter a crise, evitar a fome e salvar vidas.

Foto: REUTERS/Mohammed Salem
Brasil 247

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