Vladimir Putin é reeleito presidente da Rússia e terá mandato até 2024

Publicado em 19 de março de 2018

putinVladimir Putin foi reeleito presidente da Rússia neste domingo (18) com ampla vantagem em relação aos seus adversários. No poder desde 1999, terá novo mandato até 2024.
Com 99,8% das urnas apuradas às 3h30 desta segunda-feira (horário de Brasília), Putin registrou mais de 76,67% dos votos, de acordo com a Comissão Eleitoral Central. Ele teve mais de 56 milhões de votos, número que supera seu recorde de 2004.
Há 14 anos, cerca de 49,5 milhões de votos foram computados para Putin, enquanto, em 2012, a votação para foi menor, com 45, 6 milhões de votos.
“Vejo nisto a confiança e a esperança do nosso povo”, disse Putin, diante de uma multidão reunida na praça Manezh, perto do Kremlin.
Na segunda colocação, ficou o candidato Pavel Grudinin, apoiado pelo partido comunista, com 11,79% dos votos. Na sequência, aparece Vladimir Zhirinovsky, com 5,66% dos votos.
Oito candidatos disputaram o pleito, e Vladimir Putin foi considerado o favorito desde o começo. Sua liderança se consolidou após o maior opositor, Alexei Navalny, ser proibido de concorrer às eleições em dezembro do ano passado.

Putin nega envenamento de espião
Putin disse aos seus simpatizantes, reunidos nas imediações do Kremlin, que via na vitória “a confiança e a esperança” do povo russo.
“Vamos trabalhar duro, de forma responsável e eficiente. Vejo o reconhecimento do fato de que muitas coisas foram realizadas em condições muito difíceis”, assegurou.
Durante o atual mandato de Putin, os preços do petróleo desabaram, provocando escassez de divisas, o que se somou às sanções do Ocidente pela anexação russa da Crimeia.
Em seu discurso, Putin voltou a se dirigir ao Ocidente e afirmou que as acusações conta a Rússia pelo envenenamento, em Londres, de um ex-espião duplo desertor “são mentiras, lixo, bobagens” e assegurou que seu país “destruiu todas as armas químicas” de que dispunha, conforme os tratados internacionais.
Mais uma reeleição em 2024?
No seu primeiro pronunciamento à imprensa após proclamar sua vitória no pleito, Putin negou que planeje, “por enquanto”, reformar a constituição do país para poder continuar no poder dentro de seis anos.
“Me parece que o que vocês propõem é bastante ridículo. Vamos calcular. Isso significa que eu vou estar aqui até os 100 anos? Não”, respondeu aos jornalistas.
Putin, de 65 anos, ganhou suas primeiras eleições em março de 2000, três meses depois de receber o poder de mãos do primeiro presidente democraticamente eleito da história da Rússia, Boris Yeltsin.

Eleição longa
Com os 11 fusos horários dentro do país, o pleito durou mais de 20 horas para ser concluído. A votação começou às 17h deste sábado (17), no horário de Brasília, com a abertura dos colégios eleitorais em Kamtchatka, Tchukotka e Magadan, regiões mais orientais do país.
O comparecimento às urnas na Rússia foi de cerca de 59,7% da população, informaram números preliminares divulgados pela Comissão Eleitoral Central da Rússia.

Denúncias
Em alguns locais, havia oferta de comida grátis e descontos em lojas próximas aos pontos de votação. Vídeos mostram uma série de irregularidades cometidas em várias cidades. Em algumas imagens, agentes eleitorais aparecem enchendo caixas com cédulas, informou a agência France Presse.
O grupo independente de monitoramento da eleição Golos denunciou irregularidades, como cédulas encontradas em urnas antes da votação começar, observadores sendo impedidos de entrar em locais de votação, suspeitas de pessoas obrigando eleitores a votarem e a obstrução de câmeras posicionadas em pontos de votação para registrar o processo eleitoral.
No Daguestão, um agente eleitoral disse ter sido impedido de fazer seu trabalho por uma multidão que impedia seu acesso a uma urna. Mas Ella Pamfilova, diretora da Comissão Eleitoral Central, afirmou que nenhuma violação foi registrada até o momento.
Esta votação foi a primeira na Crimeia após a Rússia assumir o controle da região, que antes fazia parte da Ucrânia. Russos vivendo na Ucrânia não puderam participar da votação porque o governo ucraniano impediu o acesso de missões diplomáticas da Rússia.

G1

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