Processo em bloco atrasa possível extradição de Marin para os EUA
Publicado em 16 de setembro de 2015A decisão suíça sobre a liberação da extradição do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, para os Estados Unidos, está perto de ser divulgada. A defesa do cartola está a postos, em Zurique, aguardando uma posição da Polícia, e espera que o documento seja liberado na próxima semana, mas o porta-voz da FOJ, Folco Galli, afirma que ainda não há prazo exato para o anúncio.
Na última segunda-feira, Loretta Lynch, procuradora-geral dos Estados Unidos, explicou, em coletiva conjunta com o procurador da Suíça, Michael Lauber, que existe uma preferência dos EUA de que o processo aconteça com todos os acusados juntos, como é de praxe no país em casos desse porte. Por isso, os americanos não se preocupam com datas, mas na uniformização do processo. Lauber afirmou, no mesmo depoimento, que a investigação não está nem perto da metade.
Apesar da tendência ser o julgamento conjunto, a investigação pode seguir em dois blocos distintos. Jeffrey Webb, que foi preso na Suíça, foi o único a aceitar a extradição simplificada, e fez um acordo de US$10 milhões para responder em liberdade. Alejando Burzaco fez acordo parecido e se entregou na Itália, assim como Aaron Davidson, que já estava nos Estados Unidos. Fora esses casos específicos, e o de José Margulies, único foragido entre os 14 acusados, os seis que estão na Suíça devem passar pelo mesmo processo.
Por isso, a data prevista da divulgação da possível extradição de José Maria Marin mudou algumas vezes nas últimas semanas. Ele e os outros cinco (Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueiredo e Rafael Esquivel) estão detidos na Suíça, em cadeias separadas, há mais de três meses (desde 27 de maio), aguardando a definição. O brasileiro não pode receber nada da família na prisão, além de seus remédios. Até as cartas de amigos precisam ser passadas por minucioso processo de verificação, que leva dias até que chegue nas mãos de Marin.
No dia 24 de setembro, próximo da data prevista pela defesa para a resposta do pedido de extradição, a FIFA receberá em Zurique uma reunião do Comitê Executivo. Estados Unidos e Suíça reiteraram nesta semana que seguem trabalhando juntos e, nas palavras de Loretta Lynch, ‘os americanos não poderiam ter parceiros melhores neste caso’. Se a resposta suíça aos EUA for positiva, a defesa de Marin, e dos outros cartolas, poderá recorrer no FOJ e na Suprema Corte, mas, no caso do brasil, pretende abrir negociações com os americanos. Caso a extradição seja negada, o brasileiro estaria solto e liberado para voltar a seu país.
Globoesporte