Inflação fica abaixo das projeções em outubro, mas alimentos sobem
Publicado em 11 de novembro de 2023A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou leve desaceleração a 0,24% em outubro, após avanço de 0,26% em setembro, informou nesta sexta-feira (10/11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O novo dado (0,24%) ficou abaixo da mediana das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,29% para outubro.
Com o novo resultado, o IPCA ficou abaixo de 5% no acumulado de 12 meses. Até outubro, a alta desacelerou a 4,82%, apontou o IBGE. Nesse recorte, a variação era de 5,19% até setembro.
Os preços de 8 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em outubro. Transportes (0,35%) e alimentação e bebidas (0,31%) contribuíram com 0,07 ponto percentual cada para o índice geral. Comunicação (-0,19% e -0,01 ponto percentual) foi o único segmento em queda.
Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 0,27% em outubro, após quatro quedas consecutivas. Destacam-se as altas da batata-inglesa (11,23%), da cebola (8,46%), das frutas (3,06%), do arroz (2,99%) e das carnes (0,53%). Do lado das quedas, o IBGE ressaltou o comportamento dos preços do leite longa vida (-5,48%) e do ovo de galinha (-2,85%).
Ainda em alimentação e bebidas, o subgrupo alimentação fora do domicílio (0,42%) acelerou o avanço em relação ao mês anterior (0,12%). As altas da refeição (0,48%) e do lanche (0,19%) foram mais intensas do que em setembro (0,13% e 0,09%, respectivamente).
No grupo de transportes, o resultado foi influenciado pelo aumento dos preços da passagem aérea (23,70%), o subitem com a maior contribuição individual para o IPCA de outubro (0,14 ponto percentual).
Em relação aos combustíveis (-1,39%), também em transportes, somente o óleo diesel (0,33%) apresentou alta. A gasolina (-1,53%), o gás veicular (-1,23%) e o etanol (-0,96%) caíram de preço.
O IPCA serve como referência para o regime de metas de inflação do BC (Banco Central). Em 2023, o centro da medida perseguida pela autoridade monetária é de 3,25% para o acumulado em 12 meses até dezembro.
A tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais (4,75%) ou para menos (1,75%). Ou seja, a meta será cumprida se o IPCA ficar dentro desse intervalo até o final do ano.
Analistas do mercado financeiro projetam inflação de 4,63% no acumulado até dezembro de 2023, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira (6). Isso significa que a estimativa está abaixo do teto da meta (4,75%).
Fonte: Estado de Minas