“A tarefa era perseguir o PT. Ele queria o Lula”, relata empresário ameaçado por Moro e usado para dar entrevistas forjadas

Publicado em 21 de janeiro de 2024

O empresário e ex-deputado Tony Garcia, utilizado pelo ex-juiz parcial e hoje senador Sergio Moro como agente infiltrado desde antes da Lava Jato, detalhou à TV 247 a pressão que sofria por parte do então magistrado para obter supostas provas que incriminassem membros do PT, dentre eles o presidente Lula. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, atendendo a pedidos da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), determinou a abertura de um inquérito na Corte contra Moro e procuradores que participaram do acordo de delação premiada de Garcia. O próprio Tony Garcia revelou primeiro à TV 247 os detalhes sobre os crimes cometidos por Moro.
O ex-deputado classificou Moro como “patético” e “indigente intelectual e jurídico” e rebateu as alegações do ex-juiz de que suas acusações seriam fantasiosas, lembrando que cada palavra dita por ele está respaldada por documentos assinados pelo próprio Moro. Ele destacou que as tarefas passadas pelo então juiz visavam sempre perseguir o PT. “[Moro] foi pego de surpresa em uma entrevista com a Daniela Lima, sobre uma conversa de uma hora no telefone comigo, em que ele não sabia que eu era um réu insistente que ele atendia. Ele grampeou meu telefone sem eu saber, ele me deu dois para grampear, ele grampeou o meu e a Polícia Federal gravou essa conversa minha com ele, onde ele tinha informalmente me dado as tarefas para eu fazer. A tarefa dele sempre era perseguir o PT, ele queria o José Dirceu [ex-ministro da Casa Civil], ele queria o Lula”, afirmou Tony.
Ele ressalta que as pressões eram constantes, visando obter informações sobre o PT e seus membros, descrevendo situações em que foi compelido a dar entrevistas para falar com histórias forjadas, sendo coagido a falar sob ameaça de prisão: “a que ponto chegamos na história do país, as instituições trabalhando para perseguir um partido e uma pessoa. A porta de entrada para pegar o Lula era o José Dirceu, então ali eles forjaram uma história com dinheiro que eu presenciei e fui obrigado a ratificar isso”.

Foto: Reprodução/TV 247 | Roque de Sá/Agência Senado
Brasil 247

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