Armorial 50: Campina Grande recebe exposição que destaca movimento criado por Ariano Suassuna

Publicado em 18 de maio de 2023

Campina Grande é a primeira cidade do Nordeste a receber a Mostra Movimento Armorial 50. O evento, que já passou por Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, acontece a partir desta quinta (18) e segue até 20 de agosto, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), também conhecido como Museu dos Três Pandeiros. A entrada é gratuita.
A exposição conta a história do importante movimento que nasceu em Recife, em 1970, sob o comando do professor, escritor, pintor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna (1927-2014) e conduzirá o público a uma viagem única, lúdica e inspiradora pelas três galerias do museu.
Além da exposição, a Mostra Movimento Armorial 50 terá eventos musicais e rodas de conversas.
A mostra celebra os 10 anos do Museu dos Três Pandeiros, que também tem um simbolismo importante: é a última obra do famoso arquiteto Oscar Niemeyer no Nordeste, tendo sido inaugurado oito dias depois da morte dele, em dezembro de 2012.

O que foi o Movimento Armorial
O Movimento Armorial foi fundado por Ariano Suassuna em 1970 com o objetivo de realizar uma arte autêntica brasileira baseada nas raízes populares. Como escritor, Suassuna construíra seu projeto de Brasil a partir das origens da nação no sertão.
Ariano Suassuna esteve à frente de ideias que seriam para estimular a cultura popular nacional na criação de uma arte erudita, especialmente vinda do Nordeste.
O movimento tinha por base pesquisas em torno de manifestações culturais brasileiras, incluindo sua herança lusa e medieval, vestindo-as com uma roupagem erudita, um viés acadêmico. Incluía música, artes plásticas, literatura, dança.
Na origem do movimento, havia uma preocupação com o que Ariano Suassuna percebia como “descaracterização” e “vulgarização” da cultura brasileira genuína, que segundo ele, vinha sofrendo ataques intensos da cultura pop, da indústria cultural em geral, da invasão norte-americana, que não apenas destruíam manifestações tradicionais como importavam o que “havia de pior para o consumo do povo”.
“A Arte Armorial Brasileira é aquela que tem como traço comum principal a ligação com o espírito mágico dos “folhetos” do Romanceiro Popular do Nordeste (Literatura de Cordel), com a Música de viola, rabeca ou pífano que acompanha seus ‘cantares’, e com a Xilogravura que ilustra suas capas, assim como com o espírito e a forma das artes e espetáculos populares com esse mesmo romanceiro relacionados”, disse ele, em publicação ao Jornal de Semana, em 20 de maio de 1975.
O nome ‘Armorial’ significa “relativo a heráldica (brasões e escudos)”, remetendo à presença disseminada de escudos e brasões estilizados em estandartes presentes em manifestações tão variadas quanto grupos de maracatu e escolas de samba.
O grande artista brasileiro faleceu no Recife, em julho de 2014.
Portalcorreio

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial