Candidatos à presidência da Argentina encerram campanha com 50% de rejeição. Eleição é neste domingo

Publicado em 18 de novembro de 2023

Os argentinos vão às urnas no domingo (19) para escolher entre Javier Milei, economista ultraliberal, e o atual ministro da Economia, Sergio Massa.
Os eleitores argentinos vão escolher neste domingo (19) o próximo presidente. Os enviados Pedro Acyr e Carlos de Lannoy mostram que o país chega dividido ao segundo turno.
Na Boca, um antigo bairro operário na região portuária de Buenos Aires, trabalhadores como Pablo, que vende choripan, um típico sanduíche de linguiça, aproveitam o jogo da seleção campeã do mundo para ganhar uma renda extra.
“As pessoas têm passado muita necessidade. Tem muita gente morando na rua. É preciso que os políticos prestem atenção nisso”, diz ele.
A maior paixão dos argentinos contrasta com o mau humor quando falamos de eleição.
“Para mim, a política não existe”, diz o vendedor de bandeiras Javier, que culpa os políticos pelo baixo valor da pensão que recebe.
O país unido pelo amor ao futebol vai às urnas no próximo domingo (19), em um dos momentos de maior desencanto com a política. Os dois candidatos à presidência da Argentina são campeões de rejeição e vistos com enorme desconfiança por grande parte do eleitorado.
O candidato Javier Milei, economista ultraliberal de 53 anos, novato na política e uma celebridade nas redes sociais, tem pelo menos uma coisa em comum com o seu adversário, o atual ministro da Economia, Sergio Massa, de 51 anos, candidato de centro-esquerda do atual governo kirchnerista.
A analista política Mariel Fornoni diz que “os dois tem uma rejeição que fica perto de 50%”.
Na reta final da campanha, que terminou nesta quinta (16), Sergio Massa focou justamente nos eleitores cansados da economia liderada por ele no último ano, com 140% de inflação em 12 meses e com pobreza que atinge 40% da população.
Em Buenos Aires, Massa prometeu a empresários que, em caso de vitória, haverá menos intervenção estatal nos negócios e uma redução de gastos públicos no país no ano que vem.
Enquanto isso, Javier Milei discursou para quem tem medo das mudanças radicais prometidas por ele, como dolarizar a economia e acabar com o Banco Central.
Em Córdoba, o candidato ultraliberal disse que os argentinos devem votar sem medo e anunciou que desistiu de privatizar a saúde e a educação, como chegou a anunciar durante a corrida eleitoral.
No primeiro turno, Sergio Massa ficou à frente com 36% dos votos, acima do que indicavam os institutos de pesquisa. Javier Milei recebeu 30%. Agora, ele recebeu apoio da candidata da direita tradicional, Patricia Bullrich, que ficou em terceiro lugar, com 23% dos votos. Mas ataques de Milei ao Congresso, à Justiça e a outras instituições democráticas levaram um grupo de 40 prefeitos e políticos aliados de Patricia Bullrich a apoiar Sergio Massa.
As últimas pesquisas eleitorais indicam empate no segundo turno, com pequena vantagem para Milei.
Neste domingo, os argentinos vão às urnas para tentar superar a crise e, principalmente, o clima de enorme incerteza.

Foto: Juan Mabromata e Luis Robayo – AFP
G1

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial