Caso Marielle: PM e advogada viram réus por tentar obstruir investigação

Publicado em 13 de julho de 2019

A Justiça do Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público fluminense (MPRJ) contra o policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o “Ferreirinha” e a advogada Camila Lima Nogueira, segundo apurado pela GloboNews nesta sexta-feira (12).
Ambos são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que teria tentado atrapalhar as investigações da polícia sobre o assassinatoda vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.
A denúncia foi apresentada à Justiça pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime (Gaeco) do MPRJ, que confirmou nesta sexta, em nota, ter oferecido a denúncia.
No entanto, “em razão do segredo judicial decretado”, o órgão comunicou que não poderia dar mais detalhes sobre o caso.
O Tribunal de Justiça estadual informou, também em nota, que “o processo corre em segredo de justiça”. Por isso, diz o texto, a assessoria do tribunal não pode acessar as decisões e despachos do juiz.
A informação de que “Ferreirinha” e a advogada Camila Nogueira passaram à condição de réus foi antecipada pelo UOL e confirmada pela GloboNews.
“Ferreirinha” foi preso no fim de maio durante uma operação da Polícia Civil e do MPRJ para desarticular uma milícia que era comandada por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica.

PF apontou interferência de ‘Ferreirinha’
Um relatório da Polícia Federal (PF) sobre a investigação das mortes de Marielle e Anderson Gomes apontou o PM Rodrigo Jorge Ferreira, o “Ferreirinha”, como responsável por atrapalhar os trabalhos da Polícia Civil do Rio. A existência do documento foi revelada pelo G1 no fim de maio.
Na conclusão, a PF afirmou que o militar criou uma história com a finalidade de confundir as autoridades – e aproveitou a trama para se vingar.
Ferreirinha é ex-aliado de Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, a quem acusou de tramar o atentado, ao lado do vereador Marcello Siciliano. Ambos sempre negaram envolvimento.

Plano de vingança
A denúncia do Gaeco contra “Ferreirinha” narrava que o PM foi segurança e motorista de Orlando Curicica, mas se voltou contra o patrão.
Durante meses, Ferreirinha foi considerado a principal testemunha do Caso Marielle. O depoimento dele à Delegacia de Homicídios da Capital sobre o Caso Marielle foi, segundo policiais, uma tentativa de tomar pontos dominados por Curicica.
Em março, a TV Globo mostrou com exclusividade o depoimento da advogada de Ferreirinha à PF. Camila Nogueira, que agora também virou ré no processo, afirmou que desconfiava da versão apresentada pelo cliente e que se sentiu usada.
G1

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