Chanceler de Israel defende limpeza étnica e propõe isolamento de palestinos em ilha no Mar Mediterrâneo
Publicado em 23 de janeiro de 2024O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, durante negociações com colegas europeus em Bruxelas, defendeu nesta segunda-feira (22) a limpeza étnica do povo palestino ao declarar que essa população deveria ser alojada em uma ilha artificial no Mar Mediterrâneo, em resposta aos apelos para a criação de um Estado palestino.
Segundo informações da agência Sputnik, Katz realizou conversas separadas com ministros das Relações Exteriores da União Europeia em Bruxelas durante o Conselho de Assuntos Exteriores.
Ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina, Riyad al-Maliki, que também estava presente em Bruxelas, rejeitou os planos. Al-Maliki disse a repórteres que, há alguns anos, Israel havia proposto assentar palestinos em uma ilha grega, acrescentando que eles têm o direito de viver em sua própria terra.
Mais cedo no mesmo dia, o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, disse que a UE via a solução de dois Estados como o único plano de paz viável para a Faixa de Gaza que vale a pena discutir.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em várias ocasiões, manifestou-se contra a solução de dois Estados, que busca criar um Estado palestino independente na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. No sábado, o primeiro-ministro israelense, em particular, usou as redes sociais para reiterar que seu país não “comprometeria o controle total de segurança” sobre todo o território a oeste do rio Jordão, o que ele admitiu ser “contrário a um Estado palestino”.
Em 7 de outubro de 2023, o movimento palestino Hamas lançou um grande ataque com foguetes contra Israel a partir da Faixa de Gaza, enquanto seus combatentes atravessavam a fronteira, atirando em militares e civis. Como resultado, mais de 1.200 pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 outras sequestradas. Israel lançou ataques retaliatórios, ordenou um bloqueio completo de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar combatentes do Hamas e resgatar os reféns. Mais de 25.100 pessoas foram mortas em Gaza como resultado dos ataques israelenses, disseram as autoridades locais.
Em 24 de novembro, o Catar intermediou um acordo entre Israel e o Hamas sobre uma trégua temporária e a troca de alguns dos prisioneiros e reféns, bem como a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. O cessar-fogo foi prorrogado várias vezes e expirou em 1 de dezembro.
Foto: REUTERS/Eduardo Munoz
Brasil 247