Com medo de assaltos, comerciante atende clientes atrás de grades em SP

Publicado em 27 de dezembro de 2016

assaltadoApós ser assaltado 14 vezes, um comerciante decidiu colocar grades dentro da própria loja em Cosmópolis, no interior de São Paulo. Elas não são para impedir a ação de criminosos quando o estabelecimento está fechado. É que, por medo, o lojista Alcides Francisco Coelho agora só trabalha atrás das barras de ferro. Depois de todos os crimes, ele desabafa: “Nunca tem solução”.
Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) indicam que o número de roubos e furtos cresceu quase 30% este ano na cidade, que tem cerca de 68 mil habitantes. Pasta afirma que aumentou policiamento no município.
O último boletim de ocorrência registrado por Coelho foi dia 11 de dezembro. O sistema de monitoramento colocado no local até flagrou os dois suspeitos na porta da mercearia. Mas Coelho conta que não adiantou nada pedir ajuda. “Liguei para a Polícia Militar e eles não tinham carro para atender. Liguei para a Guarda Municipal e ouvi a mesma coisa. Então, os ladrões podem roubar à vontade e eu não tenho segurança”, disse.
Segundo as estatísticas da SSP, de janeiro a novembro deste ano aconteceram 1.326 roubos e furtos em Cosmópolis. Esse número é 27% maior do que o registrado no mesmo período de 2015. Moradores da cidade reclamam da sensação crescente de insegurança.
“Sinto falta de segurança sim. Infelizmente estamos vivendo dessa forma aqui”, disse o aposentado Francisco Aparecido Ladeira. Outro comerciante da cidade, Antonio Donizette Gaianoto disse que já foi vítima de 70 assaltos em seu supermercado. Em um dos crimes, o irmão dele foi assassinado.
Gaianoto contou que está se preparando para deixar Cosmópolis e também afirmou que desistiu de fazer boletins de ocorrência. “A gente fica quatro ou cinco horas em uma delegacia para fazer um documento que não chega a nada”, lamentou.

SSP e Guarda
A Secretaria de Segurança Pública do estado, que responde pelas polícias Civil e Militar, informou que o policiamento tem sido intensificado na cidade e que, de janeiro a novembro deste ano, 179 pessoas foram presas. A reportagem tentou falar com a Prefeitura e com a Guarda Municipal, mas ninguém foi localizado para comentar o assunto.
G1

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