Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis de Campina Grande irão prestar serviço de coleta seletiva à Prefeitura do Município

Publicado em 4 de julho de 2015

Representantes de cinco Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis de Campina Grande se reuniram esta semana para discutir contrato.

Catadores e catadoras de materiais recicláveis dos cinco empreendimentos econômicos solidários de Campina Grande se reuniram neste dia 2 de julho, quinta-feira, para discutir o contrato de prestação de serviço que será celebrado entre a Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) e os cinco empreendimentos para a prestação do serviço de coleta municipal de resíduos sólidos. Os empreendimentos são: Centro de Arte em Vidro (CAVI), Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (CATAMAIS), Associação de Recicláveis Nossa Senhora Aparecida (ARENSA), Cooperativa dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis (COTRAMARE), Cooperativa de Trabalho dos/as Catadores e Catadoras de Campina Grande (Cata Campina).

A reunião, que aconteceu na sede do CENTRAC, além da presença dos catadores e catadoras organizados/as, contou ainda com a participação da coordenadora do Cataforte 3 – Negócios Sustentáveis em Redes Solidárias Ilza Dantas, da equipe do Projeto Cooperar para melhor Coletar do CENTRAC, da professora Mônica Pereira, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), da Coordenadora da Incubadora de Empreendimentos da Economia Solidária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Crislene Moraes e da professora Luiza Cirne, da UFCG, todas integrantes da Rede Lixo e Cidadania.

As cooperativas, que já se reuniram no dia 13 de junho, discutiram visando a adequação do modelo de contrato proposto pelo Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCMR) à sua realidade. O contrato vai regular a prestação de serviço de coleta seletiva em Campina Grande e será firmado entre prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma).
A iniciativa está prevista no marco legal que compõe o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Campina Grande, que prevê a implantação da coleta seletiva com a garantia da inclusão socioeconômica dos/as catadores/as, como preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que também exigiu a substituição dos lixões por aterros sanitários em todo o país.

Mary Alves, assistente social e coordenadora do Projeto “Cooperar para Melhor Coletar”, do Centrac destaca a conquista histórica para os catadores e catadoras de Campina Grande que, segundo ela, é resultado de um processo longo de negociações e atuação política para sensibilização dos gestores públicos para a implantação das prerrogativas da PNRS: “Em 2014, houve várias mobilizações dos catadores, catadoras e entidades de assessoria para construção do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que resultou na aprovação da contratação dos empreendimentos para a realização da coleta seletiva municipal, além de uma série de apoios a manutenção dos empreendimentos que farão parte do contrato em discussão. Estamos, neste momento, colhendo os frutos de um grande esforço coletivo realizado para garantir a inclusão socioeconômica dos catadores que realizam um trabalho historicamente invisível e gratuito para os municípios”, disse.

Ainda de acordo com Mary Alves, os empreendimentos visam apresentar uma proposta de contrato para a SESUMA o mais breve possível, considerando as rotas da coleta seletiva que abrangerão residências localizadas em cerca 20 bairros da cidade. Os empreendimentos juntos retiram das ruas cerca de 40 toneladas de materiais recicláveis, que retornam para a cadeia de produção quando são comercializados para as indústrias para serem transformados em novos materiais, reduzindo o impacto e a pressão sobre o meio ambiente. Consideramos quatro porque o empreendimento Cata Campina ainda está iniciando sua coleta.

Lucicleide Henrique, da Cooperativa Cotramare falou da importância deste momento para o movimento dos catadores: “Foi muito importante e com a participação de todos os catadores, porque a gente já faz o trabalho e não é reconhecido e com o contrato a gente mostra que nosso trabalho é reconhecido”. A partir da assinatura do contrato com a gestão municipal, as cooperativas de catadores passarão a receber por quantidade de material coletado e separado, além de ter apoio para manter suas estruturas funcionando.

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