Dois jogadores confessam armação em três jogos na Série A de 2022

Em depoimento por vídeo ao Ministério Público de Goiás, dois jogadores confessaram terem participado do esquema de manipulação de jogos na Série A de 2022. As imagens foram divulgadas pelo site “Uol” nesta noite de sábado.
O lateral Moraes, que estava no Juventude ano passado, confessou que recebeu R$ 25 mil para levar dois cartões amarelos, em partidas contra o Palmeiras e o Goiás no Campeonato Brasileiro de 2022. Moraes pertence ao Atlético-GO e foi emprestado ao Aparecidense-GO. Ele estreou com gol neste sábado.
– Eu sabia que era errado. Fiquei muito arrependido. Mas foi momento que realmente estava precisando. Eu e minha esposa – disse Moraes, em trecho do depoimento ao MP-GO.
O outro jogador que confessou participação na organização investigada pelo Ministério Público goiano foi o argentino Kevin Lomónaco, jogador ainda do Red Bull Bragantino. O zagueiro de 21 anos combinou de receber R$ 70 mil para levar cartão amarelo em partida contra o América-MG.
– Fiz (amarelo) somente porque achei que não era algo que prejudicava a equipe – afirmou o defensor, acrescentando que recebeu apenas R$ 30 mil dos R$ 70 mil combinados.
Os dois fazem parte de grupo de quatro jogadores que fizeram acordo com o MP-GO confessando envolvimento no sistema de manipulação de apostas. Na Justiça comum, o crime tem pena de até seis anos de prisão, mas o MP acordou para o quarteto se tornar testemunha do caso.
Nikolas Farias (volante do Novo Hamburgo-RS) e Jarro Pedroso (atacante do Inter de Santa Maria) também fizeram acordo. Eles admitiram que receberam dinheiro para cometer pênaltis.
Até o momento, há 15 jogadores denunciados em duas fases da Operação Penalidade Máxima, de investigação que começou no Ministério Público de Goiás, após denúncia original do Vila Nova (GO).

Veja lista de jogadores denunciados pelo MP-GO:
• Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos)
• Gabriel Tota (meia, Ypiranga-RS)
• Paulo Miranda (zagueiro, sem clube)
• Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport)
• Victor Ramos (zagueiro, Chapecoense)
• Fernando Neto (volante, São Bernardo)
• Matheus Gomes (goleiro, sem clube)
• Romário (ex-Vila Nova)
• Joseph (Tombense)
• Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
• Gabriel Domingos (Vila Nova)
• Allan Godói (Sampaio Corrêa)
• André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano)
• Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã)
• Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

O que é a Operação Penalidade Máxima?
A Operação Penalidade Máxima está na segunda fase da investigação. Quem comanda é o Ministério Público de Goiás, porque foi lá onde surgiram as primeiras denúncias, envolvendo o Vila Nova. Agora, após mais apurações por parte das autoridades, o número de envolvidos chegou a 26. Além deles, há diversos outros nomes que aparecem como citados na investigação do MP-GO, mas, pelo menos até agora, não constam como investigados.
Foto: Diomício Gomes / O Popular
G1