É do Brasil! Aluno do SESI bate recorde mundial na F1 in Schools

Publicado em 10 de abril de 2023

Quem piscou durante a corrida do estudante Pedro Silva, na competição da F1 In Schools do 5º Festival SESI de Robótica, perdeu a oportunidade de ver um novo recorde mundial. O piloto da equipe Speed Lions, 16 anos, quase zerou o cronômetro! O tempo de reação foi de QUATRO MILÉSIMOS DE SEGUNDO, superando a marca da competidora Maria Luiza Quijada, 13 anos, que, no ano passado, já tinha entrado para a história com o tempo de reação de 65 milésimos de segundo.
O tempo de reação nas corridas do F1 in Schools são os segundos que o estudante leva para apertar o botão que dispara o carrinho após as luzes da pista darem a largada. A categoria F1 in Schools desafia estudantes de 9 a 19 anos a criar00 empresas para competir em uma pista de corrida em miniatura.
Pra você ter uma noção, uma piscada de olhos leva, em média, de 100 a 150 milésimos de segundo. O cérebro leva metade desse tempo para formar uma memória e, mesmo assim, ainda não bate o recorde mundial conquistado pelo piloto, classificado como humanamente impossível.
“O recorde foi tão abaixo da marca anterior que, naquele momento, nenhum de nós ou até mesmo a organização percebeu. Todos ficamos focados em saber se o carro cruzou a linha de chegada sem nenhuma avaria. Quando vimos o tempo de reação, todos nós ficamos muito assustados em um primeiro momento, mas logo a emoção e as lágrimas tomaram conta”, declara Chafi Haddad, técnico da equipe Speed Lions.
Com fones nos ouvidos, Pedro estava bem concentrado e ouvindo rap, seu estilo musical favorito, quando bateu o recorde. Ele conta que ficou muito surpreso com o desempenho. “Não esperava fazer um tempo desse, já estava treinando ali na pista de teste, fiz o tempo de um segundo e 26 milésimos de segundo, que já estava sendo bem baixo para os pilotos”, lembra.
Por trás da roupa de piloto, um engenheiro
Mas qual é o segredo pra ser tão rápido? Pedro entrou na equipe Speed Lions, da Escola SESI Alberto Martins Fontoura Borges de Uberaba (MG), como engenheiro, quando ainda estava no 9º ano do ensino fundamental. Hoje, três anos depois, ele acumula as funções de engenheiro e piloto, sendo o seu segundo ano com a missão de disparador – a pessoa que aperta o botão de largada.
Quem vê os carrinhos nas pistas, nem imagina todo o trabalho por trás. Primeiro, os engenheiros se concentram no desenho e na modelagem do carro, que exige o uso de programas de design. No caso da equipe do Pedro é o Fusion 360.
Depois que o protótipo ganha uma carinha é a hora da usinagem, que é quando o projeto toma forma e vira uma miniatura de Fórmula 1 de fato. Como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Uberaba estava com problema na máquina de usinagem, a equipe teve que mandar o projeto para ser fabricado no SENAI de Belo Horizonte. O contratempo valeu a pena.
“O regional foi em BH e as outras equipes não conseguiram levar o carrinho, mas o nosso já estava lá, então tivemos a oportunidade de testar. Nós melhoramos muito em relação ao ano anterior, porque peguei várias dicas com os outros engenheiros. O carro do ano passado era muito pesado, faltava aerodinâmica”, lembra.
Mas calma, ainda não acabou. Após a usinagem, o engenheiro monta o carro e, aqui, cada detalhe conta para a competição, cada detalhe mesmo. O carro fabricado por Pedro tem asas fabricadas por uma impressora 3D e rodas de nylon que dão mais atrito na pista, por ter ranhuras.
Por fim, vem a fase das testagens e, dando tudo certo, é só correr pro abraço, de preferência com a vitória, como aconteceu com o Pedro.

Futuro engenheiro mecânico
Não é de hoje que o mundo dos carros encanta o jovem. Desde os 9 anos de idade, Pedro já se interessava por esse universo e ele conta que fazer engenharia mecânica vai ser a realização de um sonho. Pedro acredita que sua passagem pela Fórmula 1 foi só um gostinho do que o destino lhe reserva.
“Comecei a gostar de carros por causa do meu pai. Sempre estava ajudando a arrumar alguma coisa no carro dele, ia em oficinas. Espero passar em uma boa faculdade de engenharia mecânica, conseguir um bom emprego e, quem sabe, abrir a minha própria marca de carros”, pontua o jovem.

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