Estudantes, idosos e população mais carente de Campina Grande serão penalizados pelo transporte ilegal de passageiros

Publicado em 20 de dezembro de 2016

cresceuPesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto DATAVOX nos dias 14 e 15 deste mês, com o objetivo de medir o nível de satisfação dos consumidores do comércio da Rua Maciel Pinheiro, sobre o fechamento da referida rua para o trânsito de veículos nos finais de semana, identificou que, em função da proliferação do transporte ilegal de passageiros na cidade, as pessoas estão deixando de usar o transporte público, podendo inviabilizar o sistema legalizado, inclusive, comprometendo o equilíbrio econômico e financeiro previsto no contrato de concessão entre a Prefeitura Municipal e os consórcios que operam o transporte coletivo.
O relatório da pesquisa foi apresentado para a imprensa e empresários na manhã da ultima sexta-feira no auditório da Associação Comercial. Durante a exibição dos números, o estatístico Bruno Agra Ferreira, responsável pela realização da pesquisa, destacou que 18,2% das pessoas entrevistadas que se deslocam para o centro da cidade informaram que utilizam o transporte ilegal de passageiros.
A notícia logo ganhou repercussão. O diretor executivo do COMTRANSLEGAL – Comitê em Defesa do Transporte Legal de Passageiros de Campina Grande, Anchieta Bernardino afirmou que “se os órgãos competentes não cumprirem com suas obrigações de fiscalizar e combater o transporte ilegal, essa prática vai destruir o sistema regular e legalizado e quem vai sair prejudicado são idosos, estudantes, deficientes e a população de baixa renda”. Anchieta acredita que o percentual de pessoas que usam o transporte não autorizado na cidade é bem superior aos percentuais apresentados pelo instituto de pesquisa na última sexta-feira.
O crescimento do transporte ilegal de passageiros em Campina Grande, vem sendo responsável por boa parte da crise que afeta o sistema de transporte público da cidade, seja ele feito por ônibus, taxi ou mototaxi.
Executando um serviço mais complexo e oneroso, o sistema de transporte coletivo tem denunciado a concorrência desleal que estaria provocando uma queda significativa no número de passageiros pagantes transportados, conforte atesta a pesquisa. Segundo Anchieta Bernardino, os ilegais não pagam impostos e não oferecem gratuidades a estudantes, idosos e não transportam pessoas portadoras de deficiência, ficando o ônus desses passageiros para as empresas e, consequentemente, para a tarifa.
O diretor do COMTRANSLEGAL tem afirmado em suas entrevistas que o transporte público passa por uma de suas piores crises, sendo a queda de passageiros um dos maiores problemas. Em relação às empresas de ônibus, Anchieta Bernardino lembrou que o sistema de transporte coletivo vive um impasse constante diante da redução dos passageiros pagantes: “como manter a tarifa justa e a qualidade dos serviços prestados a população, com renovação anual da frota, sem que isto venha a onerar as concessionárias e o equilíbrio econômico financeiro do sistema”?. O executivo respondeu afirmando que as empresas têm que cumprir fielmente o contrato de concessão onde estão firmados os direitos e obrigações entre o município e os consórcios.
Anchieta Bernardino disse que o COMTRANSLEGAL continuará denunciando a prática do transporte não autorizado de passageiros, ao mesmo tempo em que apoiará os órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e combate ao transporte ilegal, com o objetivo de preservar o serviço regular que é oferecido à população pelo município, através das empresas de ônibus, taxi e mototaxis legalizados.

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