Ex-superintendente da Polícia Civil em Campina defende voluntários combatendo crime, como acontece nos EUA

Publicado em 16 de agosto de 2015

pauloFeitosaUma experiência considerada bem-sucedida na cidade de Houston-Texas, nos Estados Unidos, é a única solução apontada pelo ex-superintendente de Polícia Civil em Campina Grande, Paulo Feitosa, para combater e reduzir a criminalidade na Paraíba em todo o Brasil. Lá nos EUA, centenas de cidadãos comuns estão trabalhando, sem vencimentos, como policiais.
O prefeito de Houston, Bob Lanier diz que houve declínio de 22% no registro de crimes graves na cidade desde 1991, quando o projeto começou.
Houston, com 1,6 milhão de habitantes, renda por capita média de US$ 22.202 anuais, taxa de desemprego de 8,7% da população economicamente ativa e uma das cidades dos EUA com mais altos índices de criminalidade.
O serviço voluntário de polícia foi proposto em 1990 devido à falta de verbas para ampliar o número de guardas profissionais.
De acordo com Paulo Feitosa, a experiência pode muito bem dar certo no Brasil, já que a situação é semelhante. Lá a idéia foi consequência natural de um programa anterior chamado “polícia comunitária”, introduzido pela primeira vez no país em Houston em 1983 e agora adotado em mais de 400 cidades norte-americanas.
A polícia comunitária tenta transformar os cidadãos em associados no combate ao crime. Os guardas são alocados nas áreas em que nasceram e se criaram e desempenham funções que se assemelham às de assistentes sociais além de apenas manterem a ordem pública.
Quando a Prefeitura de Houston anunciou em 1990 que estava em dificuldades para ampliar seu quadro de policiais, diversos cidadãos comuns se ofereceram para ajudar.
Agora, em algumas delegacias quase todos os policiais são voluntários. Na Sexta delegacia, por exemplo, só 13 dos 210 guardas são pagos.
No total, desde janeiro de 1991, 116 mil horas de trabalho foram oferecidas à cidade pelos policiais voluntários, o que significou economia na ordem de US$ 2,5 milhões.
Para poderem atuar como policiais, os voluntários têm que estuda 600 horas em cursos dados pelos profissionais e passar por um exame estadual de habilitação. Aí, recebem uma identificação que os habilita a trabalhar.
Nestes três anos, não houve caso de processo contra a Prefeitura da parte de voluntários querendo pagamento ou indenização.
Paulo Feitosa informa que nos Estados Unidos os voluntários têm o mesmo poder de qualquer outro policial. Apesar disso, quase sempre eles recebem missões consideradas como de menor risco, “e o mesmo poderia ser colocado em prática pelas autoridades brasileiras”, comenta o ex-superintendente da PC em Campina Grande.

Carlos Eduardo Lins da Silva (Washington – EUA) e Apolinário Pimentel (PB)

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