Família entra na Justiça após escola no DF proibir aluno de ter cabelos longos

Publicado em 13 de agosto de 2018

Uma criança de 11 anos precisou mudar de escola no Distrito Federal porque o estabelecimento não aceitava que ele continuasse com os cabelos longos. Segundo a mãe, a família fez uma promessa e só vai poder cortar as madeixas de Luís Phelipe Oliveira daqui a dois anos. Agora, o caso foi parar na Justiça.
A pressão para cortar o cabelo teria começado antes das férias de julho. A direção do Colégio Adventista de Planaltina chegou a mandar uma notificação para os pais, alertando que o aluno não poderia frequentar as aulas se continuasse com o cabelo comprido.
Em nota, a escola diz que é contra qualquer tipo de preconceito ou discriminação. No entanto, afirma que o código disciplinar tem regras gerais de conduta válida para todos os alunos e que a mãe concordou com elas no momento da matrícula.
“Quando ele voltou das férias, começaram novamente [a reclamar]. Porque antes de eu receber a notificação, estavam indo diretamente nele para falar: ‘Olha, aqui não pode cabelo comprido. Você tem que cortar’. Ele chegava em casa muito chateado”, conta a mãe, Alessandra Oliveira.
Ainda assim, a mãe disse que o cabelo não foi impedimento para o filho cantar no coral e fazer o papel de Jesus em uma peça da escola.

“Naquele momento ele foi útil para a escola. Agora, não é mais e tchau.” A mãe até chegou a pentear os cachos para trás, mas não adiantou. “Eu fiquei muito triste. Ainda muito chateado com a escola”, afirma Luís Phelipe.
“Eu gosto muito do meu cabelo do jeito que ele está. Não quero cortar meu cabelo e tem muita coisa muito mais importante na escola do que que tenho cabelo grande.”
De acordo com o advogado Carlos Henrique Gouveia, a escola constrangeu o menino. “Quem tem o dever de guarda e segurança pela criança não pode colocar em situação vexatória. Foi exatamente o que aconteceu.”
Segundo a Associação de Pais e Alunos de Instituições de Ensino do DF, cada escola tem suas regras, e as famílias devem estar atentas a isso antes de assinar o contrato. Mas afirma que o diálogo é fundamental.
“Tem que haver equilíbrio e bom senso. Entendo que a escola poderia e teria o direito de não renovar a matrícula ao final do ano, mas quando isso acontece no meio do ano, o dano moral que a criança sofre, o dano educacional em si, já é muito representativo na vida dela”, disse o presidente da associação, Cláudio Megiorin.

O que mais diz a escola
O estabelecimento informou ainda que não causou nenhum tipo de constrangimento ao estudante porque o descumprimento das regras foi tratado diretamente com os pais. Segundo o colégio, a transferência do aluno foi opção da mãe.
G1

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